terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Proudhon, Marx e Weber.

Em uma monografia identificada como de autoria de Pilato Pereira, da UNILASALLE, encontrei um interessante resumo sobre o Anarquismo de Proudhon:

"O Anarquia não é confusão. Anarquista não é bagunça. Anarquia, do grego: an (=sem) e arché (=poder). Anarquismo: movimento que luta por uma sociedade em que ninguém tenha poder sobre ninguém. Também podem ser chamados de ácratas, defensores da Acracia, do grego: an (=sem) e kratos (=governo). Os ácratas, ou anarquistas, querem uma sociedade em que ninguém governe ninguém. Pela ênfase que dão à liberdade e à negação de qualquer autoridade, são também conhecidos como libertários. Para o anarquismo, a solidariedade entre os indivíduos eliminará o poder. O Movimento Anarquista surge no século XIX, propondo uma organização da sociedade onde não haja nenhuma forma de autoridade imposta. Para os anarquistas, uma revolução não deve levar à criação de um novo Estado porque seria sempre uma nova forma de poder.
Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865), principal teórico do movimento anarquista, nasceu em Besançon, França. Como sua família não tem condições de mantê-lo na escola, tornou-se autodidata."

O autor da monografia cita em outro momento o professor brasileiro Maurício Tragtenberg. Diz o texto: "O pensamento crítico de Maurício Tragtenberg é constituído por meio de Marx e Weber, numa combinação da dialética com a sociologia compreensiva. Combinação – sempre problemática – mas que Maurício vai assumir com a ideia de ser Marx, o portador da penetrante crítica da infra-estrutura do capitalismo e Weber, o da superestrutura. Algo em torno de considerações em que as relações do processo de trabalho com o processo de produção capitalista explicam a dominação do trabalhador sob o capital e encontram nas formas de dominação, em particular, a dominação burocrática legal, o momento de constituição mais delineado do político".

Esta aproximação considerada "problemática" permite-nos postular algumas hipóteses para a construção de alternativas genuinamente democráticas, aos partidos de esquerda: a) Qualquer que seja a forma de Estado, em regimes representativos, sempre haverá uma burocracia que tende a se consolidar a despeito dos interesses dos representados; b) O Estado precisará se organizar cada vez mais em sintonia estrutural com a sociedade civil. c) Nos sistemas representativos sempre estará presente o que chamamos de assimetria do poder. d) Os mecanismos de democracia direta terão que contar com sistemas fundados na organização local do poder: desenvolvimento local, orçamento participativo e organização cooperativa da produção e da distribuição constituem instrumento das Àcratas.
Estes constituiem pontos que merecem uma maior investigação.

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