sábado, 26 de janeiro de 2013

Tecnologia Social, Sustentabilidade e Adequação Sociotécnica

A partir da presente data pretendemos apresentar um amplo conjunto de relfexões sobre o alcance do que hoje é identificado como Tecnologia Social, no âmbito da sociobiodiversidade, da economia solidária, da segurança alimentar e da agricultura familiar. A TS nasce como uma alternativa à Tecnologia Convecional, que tornou-se a ciência instrumentilizada a favor da expansão do capital, estimulando o consumismo no mercado capitalista. A filosofia da ciência já a algum tempo defronta-se com este quadro, embora dentro do espaço acadêmico permaneceça a crença na neutralidade de uma suposta "racionalidade científica". O trabalho é razão de ser da TS, não esta falsa produtividade da TC que " faz mais com menos", apenas para fazer muito mais, consumindo mais recursos do planeta e eliminando postos de trabalho.       
Estas reflexões estão na base das pesquisas que estamos realizando no resgate das abelhas nativas (ameaçadas de extinção) através do manejo sustentável, conhecido como meliponicultura.  Estamos convencidos que a Economia Solidária, em contraponto à economia capitalista, constitui o único caminho hoje conhecido para dar conta do desafio proposto. Para introduzir o tema reproduzimos algumas  das reflexões dos principais pesquisadores do Brasil, que têm estudado em profundidade o conceito de Tecnologia Social.
Em um texto intitulado Sobre o marco analítico-conceitual da tecnologia social -  Renato Dagnino, Flávio Cruvinel Brandão, Henrique Tahan Novaes, assim se expressam: 
 
A Rede de Tecnologia Social (RTS) tem duas características que a diferenciam de outras iniciativas em curso no país, orientadas à dimensão científico-tecnológica. A primeira é o marco analítico-conceitual que conforma o que aqui denominamos “tecnologia social” (TS). A segunda é justamente seu caráter de rede. Sem ser excludente àquelas iniciativas, a RTS se articula, em função dessas características, como uma alternativa mais eficaz para a solução dos problemas sociais relacionados a essa dimensão e como um vetor para a adoção de políticas públicas que abordem a relação ciência-tecnologia-sociedade (CTS) num sentido mais coerente com a nossa realidade e com o futuro que a sociedade deseja construir. Este capítulo, escrito por participantes da RTS que se têm dedicado a temas relacionados à TS no plano acadêmico,

É dentro deste marco que iremos desenvolver nossas reflexões, podemos assim compartilhar com outros pesquisadores ou grupos sociais voltados para a formulação de políticas públicas no ambiente da segurança alimentar, da agricultura familiar e da sociobiodiversidade.
 
Frederico Drummond - professor de filosofia