sexta-feira, 30 de outubro de 2009

OS CORVOS, A DIPLOMACIA BRASILEIRA E A FIANÇA À DEMOCRACIA

Em muitos momentos da recente crise ocorrida em Honduras, diversos representantes da oposição política ao presidente Lula, insistiram em tratar nossa diplomacia externa como amadora. Desta campanha participou a chamada grande mídia, como a Rede Globo e jornais como o Estado de São Paulo e congêneres. A crise fez resurgir até mesmo a falecida TFP (que anunciou em meu Blog) que fez a camapanha - Fora Zelaya.
Pois bem, os setores políticos em confronto em Honduras estão finalizando um acordo, tendo a democracia como fiança. O presidente Lula e sua diplomacia externa marcam mais um ponto. Veja dados do noticiário:

As comissões do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, e do de fato, Roberto Micheletti, assinaram nesta sexta-feira o acordo final que procura colocar um fim à crise política do país, segundo o qual na próxima semana deve se integrar um governo de reconciliação nacional. "Com a negociação dos pontos pendentes, os delegados das duas comissões acabam de assinar o Acordo de Tegucigalpa-San José", anunciou para a imprensa o secretário de Assuntos Políticos da Organização dos Estados Americanos (OEA), Víctor Rico, no hotel de Tegucigalpa onde o ato foi realizado. Rico explicou que, após o acordo de quinta-feira sobre a restituição de Zelaya, que acabará sendo decidida pelo Congresso, hoje se negociaram "os detalhes, as disposições finais e o cronograma". "O acordo entra em vigência a partir de hoje e nos próximos dias se conformará a comissão de verificação, que será coordenada pela OEA, e será formado o Gabinete de União Nacional num prazo de até a próxima semana", explicou. Nesse tempo, indicou, haverá um "Gabinete interino", apesar de que, para a decisão do Congresso sobre a restituição ou não de Zelaya, "não haver um prazo fixado". "Tenho certeza que os congressistas terão plena compreensão da importância e da urgência política destas determinações e espero que o façam no menor prazo possível", acrescentou. "Esperamos que tudo isto se materialize em um prazo razoavelmente curto", acrescentou. Imediatamente depois da assinatura do Acordo de Tegucigalpa-San José, as duas comissões se dirigiram ao Congresso para que este organismo tivesse conhecimento e começasse os trâmites para decidir a restituição de Zelaya, deposto por um golpe de Estado no dia 28 de junho. Com relação ao levantamento das sanções da OEA, Rico ressaltou que "é uma determinação que será tomada pela Assembleia Geral da OEA". "Esta tarde vai a haver uma reunião do Conselho Permanente em Washington, onde o secretário-geral vai informar sobre a conclusão deste acordo e o Conselho Permanente determinará as medidas futuras a tomar e a eventual convocação à Assembleia Geral", anunciou. Igualmente lembrou que Insulza "assinalou que está em condições de desdobrar uma missão de observação da OEA para a eleição do fim de mês".

Fonte: Site - http://www.terrra.com.br/

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Feira Sustentável 2009 reúne agricultura familiar, pesca, economia solidária e energias renováveis

Nós apoiamos todos os esforços da agricultura familiar, para sua consolidação, no âmbito da economia solidária. Desta forma consideramos da maior importância a organização deste evento que pretendemos acompanhar de perto. Veja os detalhes. A fonte é o site: www.fetrafsul.org.br, que tem na direção o meu companheiro e amigo Almir Tortelli.

Entre os dias 30 de outubro e 01 de novembro, ocorrerá em Florianópolis a
Feira Sustentável 2009, um evento que vai reunir no mesmo lugar empreendimentos da Agricultura Familiar, Economia Solidária, Pesca e Energias Renováveis. Além da exposição e venda de produtos, a Feira terá uma programação de palestras e debates sobre os temas. O evento ocorre no Centrosul e vai reunir
agricultores familiares, assentados, organizações, movimentos sociais do campo,
empreendimentos de economia solidária, consumidores, empresários, técnicos e
pesquisadores, além de representantes dos órgãos públicos, autoridades e parlamentares do Estado de Santa Catarina. São 250 expositores, distribuídos em
150 estandes e feiras com cerca de 1000 participantes de todo o Estado, além de
palestrantes e debatedores convidados para eventos paralelos de debates para
mostrar como a produção, a comercialização e o consumo tem a ver com o
desenvolvimento sustentável. O evento é promovido por várias entidades, como o Ministério do Desenvolvimento Agrário, Incra, Epagri, Cepagro, Instituto Ideal, Instituto Primeiro Plano, Via Campesina, Fetraf-Sul, Fetaesc e
Ministério de Pesca e Aquicultura, entre outros, e conta com patrocínio da
Eletrosul, Tractebel, Itaipu e Banco do Brasil.Uma extensa atividade cultural, com apresentações locais, regionais, estaduais e com shows nacionais faz parte da programação oficial que tem como objetivo a promoção de produtos e tecnologias relacionados à agricultura familiar, da economia solidária e energias renováveis, além de ser um espaço de valorização da cultura regional catarinense.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

MISSA CONGA: O SOM DE NOSSAS ORIGENS, EM SETE LAGOAS - MG



É com enorme satisfação que divulgo este documentário, que contou com contribuição do artista-fotógrafo Quim Drummmond, meu irmão, residente no município de Sete Lagoas, MG. Este resgate do folclore mineiro era um dos meus antigos sonhos e o Quim o está realizando com grande maestria. Aliás este é um verdadeiro resgate da fonte de nossos sons e nossas luzes.
Confira você mesmo.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Esta nascendo um novo modo de produção?

Eu intuo que estamos assistindo o nascimento de um novo modo de produção, que não é o capitalismo de estado, nem o socialismo de mercado, nem (tem gente que ainda acredita) o capitalismo neoliberal de nova roupagem. Com reservas ainda, eu chamaria de um modo de produção social, onde o poder (e a propriedade dos meios de produção) se divide em três agentes: o capital do Estado, o capital privado e o capital social (sob controle solidário, via cooperativas, Fundos de Pensão controlados pelos Sindicatos e maior participação popular no controle da econmia). A recente crise tipicamente de destronamento do neoliberalismo mostra claramente isto.Esta noção de um modo de produção social não está em contradição com as teses marxistas. Do ponto de vista doméstico fui buscar no Blog de um jornalista que respeito muito, o Paulo Henrique Amorim, o texto abaixo(muito ilustrativo, diga-se de passagem):

“Ah, quanta gente que me dava lição e estava escondida atrás dos derivativos… quanta gente…” (Presidente Lula)

Em noite de premiação às empresas mais admiradas do Brasil, promovida pela revista Carta Capital, em São Paulo, o presidente Lula fez uma eloquente defesa da importância do papel do Estado na economia e desenvolvimento do País. Lula lembrou que, antes da crise econômica mundial, era senso comum afirmar que o Estado não prestava, que o sistema financeiro era fantástico e nunca errava, e que o Estado só atrapalhava. “Isso morreu”, disse o presidente. A crise veio e as certezas mudaram:

É imprescindível que a iniciativa privada seja competente. Mas é imprescindível que o Estado exista, porque se ele não existir, não existe possibilidade de se fazer a distribuição de renda que o País tanto precisa.

Lula criticou quem defendia o capitalismo no Brasil sem dar a chance para que o povo tivesse acesso ao capital. Agora, com a crise, o Estado está voltando a ser Estado e, com isso, permitindo que haja políticas públicas para incluir milhões de brasileiros na economia nacional, beneficiando a própria iniciativa privada, que terá seus produtos consumidos por uma maior parcela da população. O Brasil, afirmou, tem condições de ser a quarta maior economia do mundo sem inventar. Basta acreditar.

Aos presentes à cerimônia contou a história da carta que recebeu de Eliane, moradora da cidade de Floresta (PE), durante sua visita às obras no rio São Francisco, que ilustra bem a importância do papel do Estado como indutor da economia.
Veja mais neste endereço: http://www.paulohenriqueamorim.com.br/?p=20598

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

A ARTE DA MANIPULAÇÃO: IBOPE, LATIFUNDIOS E MST

Tenho mantido, neste Blog, uma posição de reserva quanto ao que é divulgado na mídia sobre o MST. A razão é simples: primeiro porque conheço muitos dos dirigentes do MST e posso testemunhar pela seriedade deles. Durante os últimos nove anos convivi muito de perto com estas lideranças. Em segundo lugar, como um profissional experiente na área de pesquisa de opinião e mercado (fui diretor da Enquete por mais de 10 anos), conheço muito bem como fácil manipular dados destas pesquisas. Já vi alguns profissionais misturar interpretações de dados resultantes de pesquisas qualitativas com pesquisas quantitativas. Nas pesquisas qualitativas usa-se expedientes como dizer - "a maioria dos entrevistados disse isto ou aquilo", porque neste caso não é possível dar um tratamento estatístico como ocorre nas pesquisas quantitativas. Outro tipo de manipulação é o uso de amostras, que pelo tamanho ou por falta de qualificação em relação ao universo pesquisado a margem de erro dos resultados encontrados é muito elevada. Vamos tomar um exemplo: em estatísticas, para os chamados universos infinitos (população de uma cidade por exemplo) uma amostra de 100 elementos, representativa do perfil da população, trabalha-se com um coeficiente de segurança de 90% e um erro amostral de 10%. Se eu digo, neste caso, que 20% dos entrevistados deu a opinião X, o valor da afirmativa é a mesma que dizer que 30% afirmou Y, porque estou no limite máximo e mínimo do erro amostral. É o conhecido empate técnico muito citado nas pesquisas políticas. Isto posto vou reproduzir aqui o que disse um relator da ONU a respeito do MST:
Há uma estratégia para descredibilizar o Movimento dos Sem Terra. Um indicador disso é o estudo recente encomendado pela Confederação Nacional da Agricultura ao Ibope que pretenderia tirar conclusões com base em nove assentamentos, dos 8.000 que há pelo país. Como professor de universidade eu não aceitaria esse tipo de porcentagem", disse. O relator referiu-se a estudo divulgado no início desta semana pela CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), indicando, entre outras coisas, que 37% dos assentamentos agrários no país não produzem nada e 72,3% dos assentados não geram renda. O levantamento foi realizado de 12 a 18 de setembro deste ano, em mil domicílios, de nove Estados. A pesquisa foi criticada pelo presidente do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), Rolf Hachbart, que considerou a amostra insuficiente para apontar a realidade dos assentamentos. A Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura) classificou de "obscura" a metodologia da pesquisa. O Ibope rebateu as críticas dizendo que a amostra representa os maiores assentamentos consolidados do país, segundo a classificação do Incra. De Schutter, que visita o Brasil esta semana a convite do governo, defendeu os trabalhadores rurais dizendo que é preciso tempo para que os assentamentos se desenvolvam. "Vi assentamentos que necessitam de meses ou até anos para conseguir desenvolver um plano de produção". "Essas pessoas precisam de apoio. As ocupações são o último recurso que encontraram", acrescentou o representante da ONU, destacando que movimentos como o MST "chamam a atenção para as muitas dificuldades que as famílias do campo sofrem"."Sei que há muita resistência (ao MST) no Brasil, mas o governo está comprometido em lidar com essa questão, que está há anos na agenda brasileira".O relator criticou a concentração de terra no país e ressaltou que são necessárias políticas específicas para grupos "mais vulneráveis", entre os quais os pequenos agricultores e os sem-terra."O Brasil avançou muitíssimo desde 2002, no entanto alguns desafios profundos permanecem, e os bolsões persistentes de pobreza e de fome são inaceitáveis", alertou.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

CUT: TRABALHADORES CONSTROEM SUA EMANCIPAÇÃO


Recebí este convite para a formação de turmas de 2009 da Escola de Hotelaria e Turismo, da Central Unica dos Trabalhadores. Trata-se de uma experiência pioneira no Brasil. Todo o percurso formativo e a metodologia adotada segue princípios fundamentais de formação de uma consciência inclusiva. Este Blog faz desta experiência sua homenagem ao proclamado dia dos professores.

O presidente Lula prossegue contabilizando bons resultados na economia nacional.

Destaques da imprensa, na data de hoje mostram os motivos do crescente prestígio do presidente Lula:


- Inadimplência do consumidor volta a nível pré-crise, diz Serasa.

- Confiança do consumidor em SP bate recorde em outubro.

- Vendas do comércio crescem pelo 4º mês seguido, diz IBGE.

- Financiamento imobiliário com poupança tem melhor resultado do ano.

- Brasil é escolhido para vaga temporária do Conselho de Segurança da ONU.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Democracia Econômica: um passeio pelas teorias – Banco do Nordeste do Brasil – Fortaleza

Confira no Blog do professor Ladislau Dowbor http://dowbor.org/livros.asp

"Uma olhada geral na literatura econômica internacional que tem surgido fora da corrente dominante (aquela que bate palmas), buscando soluções efetivas para os dois principais dramas que vivemos: a desigualdade e a destruição ambiental. Apesar da diversidade, aparece um denominador comum que qualificamos aqui de democratização da economia. O texto dialoga com uma síntese extremamente interessante de Celso Furtado, "Em Busca de Novo Modelo". Porque em busca de novo modelo estamos todos. ISBN 978-85-87062-86-4. Tiragem não comercial, contato: http://www.bnb.gov.br/ Clique sobre a capa para baixar o livro gratuitamente."

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Democratização do Saber - Prof Ladislau Dowbor

O professor Ladislau Dowbor preferiu dar um exemplo prático de sua visão sobre a propriedade do conhecimento. No site http://dowbor.org/livros.asp você poderá acessar gratuitamente os livros deste mestre da economia e da filosofia. Confira:

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

"La Nación": "não é novidade que o Brasil, pelo carisma e o impulso de seu presidente, jogue nas grandes ligas".

Lula projeta Brasil a 'líder regional e ator global de 1ª ordem', diz jornal argentino
O jornal argentino "La Nación" afirma em seu principal editorial desta segunda-feira que, enquanto a Argentina perde espaço e importância no cenário internacional, o Brasil se consolida como "líder regional e ator global de primeira ordem".

O texto, intitulado "Brasil, nas grandes ligas", atribui o resultado ao trabalho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que por sua vez seguiu a "via das políticas de Estado (...) traçadas nos oito anos anteriores pelo presidente Fernando Henrique Cardoso".

Os editorialistas fazem sua análise a partir do que chamam de "dois troféus" aquinhoados por Lula em sua recente viagem à capital dinamarquesa, Copenhague: a eleição do Rio de Janeiro como sede das Olimpíadas de 2016 e o apoio da União Europeia ao modelo brasileiro de combate ao desmatamento, que será apresentado na mais importante reunião sobre o clima do ano, que ocorre em dezembro, também em Copenhague.

Sobre a escolha do Rio como sede olímpica, o jornal avalia que a atuação brasileira na disputa, apartidária, mostrou uma "formidável imagem de como se defende o interesse nacional". O "La Nación" sugere que, se Buenos Aires tivesse sido candidata, "aversões pessoais" entre os políticos argentinos impediriam uma postura semelhante.

Para o jornal "não é novidade que o Brasil, pelo carisma e o impulso de seu presidente, jogue nas grandes ligas".

"A novidade é que, em meio a sérios problemas de desigualdade e de corrupção ainda não resolvidos, Lula tenha conseguido projetar seu país como um líder regional que não admite essa definição, ainda que saiba que esta cada vez mais perto de sê-lo." Exemplos dessa projeção são o diálogo de Lula com o presidente americano, Barack Obama, "enquanto Cristina Kirchner, ainda não consciente de que todos os seus ataques contra Bush se traduzem de forma imediata em Washington como ataques contra os Estados Unidos, não teve ocasião de dialogar senão em breves intervalos de cúpulas internacionais com Obama".

O jornal observa que "em 2011 terminará o segundo período de Lula". "Terminará também esta tendência? Não. Definitivamente não. Em 2014 o Brasil será sede do campeonato mundial de futebol; em 2016, o Rio de Janeiro receberá os atletas." Os editorialistas tentam explicar por que, apesar da crise, "o Brasil recebe investimentos diretos em maior volume que a Argentina" e tem recursos para emprestar ao FMI, e por que "em cada cúpula da Unasur (o grupo de países sul-americanos), os olhares apontam para Lula e os ouvidos esperam suas reflexões".

"Talvez porque, no plano político, os escândalos de corrupção nunca terem lançado dúvidas sobre Lula; porque ele cumpriu sua palavra empenhada sem desmerecer às instituições nem às pessoas que pensam diferente; e porque nunca teve a estranha idéia de construir um trem bala onde falta comida."

fonte:http://noticias.uol.com.br/bbc/2009/10/12/ult5017u345.jhtm

sábado, 10 de outubro de 2009

MST X CUTRALE: QUEM SÃO OS VERDADEIROS CRIMINOSOS NESTA HISTÓRIA?

O texto a seguir é de autoria de RODRIGO VIZEU, da Agência Folha.Reproduzi o texto integralmente, assim como foi publicado na na Folha Online.
MAS O QUESTIONAMENTO É MEU: QUEM SÃO OS CRIMINOSOS NESTA HITÓRIA?
O superintendente do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em São Paulo, Raimundo Pires Silva, disse ontem que estão irregularmente em terras da União todos os proprietários e empresas com fazendas no antigo Núcleo de Colonização Monções.

A área, de 50 mil hectares, fica no centro-oeste do Estado, entre os municípios de Iaras, Borebi, Agudos, Lençóis Paulistas e Águas de Santa Bárbara.

Ali está a fazenda de 2.400 hectares da Cutrale invadida pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) na semana passada. Os sem-terra ficaram no local por dez dias, derrubaram pés de laranja e depredaram tratores, caminhões e imóveis da sede.

Segundo Silva, a região onde fica a fazenda foi comprada pela União em 1909 para instalar colonos. O projeto não vingou, e as áreas ficaram desocupadas, levando a um processo de ocupação irregular. O superintendente diz que o Incra, em 2003, foi condenado pela Justiça a implantar assentamentos no local. A partir daí foi feito um levantamento para identificar o histórico das terras. Os atuais ocupantes foram informados sobre a titularidade irregular.

"É um patrimônio público, pertence ao povo", disse Silva. Segundo ele, não foram verificados casos de falsificação de documentos e grilagem: as ocupações foram feitas de "boa-fé".

O Incra afirma que tentou acordo com as empresas. A Lwarcel Celulose reconheceu que sua terra era da União, propôs ficar ali e, em troca, deu ao órgão uma área em outra região. As empresas que chegaram a acordos são as únicas regularizadas, juntamente com descendentes dos antigos colonos do núcleo, segundo o Incra.

Na Justiça, há 50 processos questionando a posse das terras --entre eles o da Cutrale. Uma decisão da Justiça Federal entendeu que o órgão não tinha direito de reclamar a terra da multinacional, mas ainda não julgou se a propriedade é mesmo pública. O Incra recorreu.

O diretor de relações institucionais da Cutrale, Carlos Otero, não quis polemizar: "Nosso foco agora é recuperar o que foi destruído." Ele descartou firmar um acordo com o Incra. Diz que a a Cutrale "é dona" da área e tem documentos.

Ontem, a Polícia Civil de Borebi anunciou que mais quatro integrantes do MST que invadiram a fazenda da Cutrale em Iaras (SP) foram identificados. Agora são 11 as pessoas do movimento reconhecidas. Anteontem, o delegado Jader Biazon, responsável pelo inquérito sobre a invasão, anunciou que indiciará e pedirá a prisão temporária de integrantes do MST, que atribuiu a depredação a uma "armação" da Cutrale
Fonte:Colaborou a Agência Folha, em Campinas

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

USP INAUGURA LIVRARIA COM 8 MIL TÍTULOS

A Universidade de São Paulo (USP) inaugura nesta quinta-feira (8), às 18h, uma livraria da Editora da USP, com 530 m², na Cidade Universitária, no bairro do Butantã, Zona Oeste de São Paulo.

A livraria, no térreo do prédio da Antiga Reitoria, abrigará 8 mil títulos. No local, há também um café e espaços para leitura. Na área externa, com 735m², serão realizadas atividades culturais. A primeira mostra -Os Fundadores da USP- está programada para começar no dia 27 de outubro, com fotos de 27 professores fundadores da universidade.

A Livraria João Alexandre Barbosa, que homenageia o ex-pró-reitor de Cultura e Extensão Universitária e ex-diretor da Edusp, marca o fim das comemorações dos 75 anos da USP, completados em janeiro.

Lendas urbanas sobre Honduras

O texto abaixo de autoria do jornalista Antonio Luiz Monteiro Coelho da Costa, foi publicado por Carta Capital e, de uma forma serena, procura demonstrar a falta de sustentação dos argumentos expostos na mídia a favor da deposição de Zelaya. Consideramos muito extranho uma organização de extrema-direita do Brasil, ligada à TFP, fazer um campanha tipo "Fora Zelaya" . Acrescente-se a isto a informação divulgada pela mídia americana de uma ação lobista contratada por Micheletti (muito bem remunerada, por sinal) para influenciar representantes do governo dos Estados Unidos. Confira o artigo publicado em Carta Capital:


O discurso de colunistas na mídia conservadora recorre a argumentos pseudojurídicos para defender o golpe hondurenho como uma “destituição legal”, praticamente os mesmos usados na mesma mídia para defender a ditadura militar em 1964. Convém repassá-los, por absurdos que sejam.

Zelaya queria manter-se indefinidamente no poder.
O presidente planejava uma consulta sobre a celebração de um referendo a respeito de uma Constituinte juntamente com a eleição de seu sucessor. Se o resultado da consulta fosse positivo, serviria apenas como argumento em favor do referendo ante o Legislativo. Se o Congresso cedesse e o resultado do referendo fosse positivo, a Constituinte seria eleita no próximo governo e, mesmo que aprovasse a reeleição, Zelaya só poderia se candidatar em 2014.

Zelaya incorreu no artigo 239 da Constituição de 1982, que cassa o mandato e os direitos políticos, por dez anos, de quem propor reeleição.
O presidente não incorreu no artigo 239. Não propôs reeleição e sim um referendo sobre uma ampla Constituinte. Já Micheletti, deputado em 1985, propôs expressamente uma reforma constitucional para prorrogar o mandato do então presidente Roberto Suazo. Desistiu por pressão dos militares, mas nem ele nem Suazo foram punidos.

A deposição de Zelaya foi legal e regular.
Pelo artigo 313 da Constituição, a Suprema Corte tem jurisdição para processar e julgar o presidente, mas se cabia processo por abuso de autoridade por tentar rea-lizar uma pesquisa de opinião sem autorização legal, teria de ser dentro de procedimentos legais com direito de defesa e contraditório (art. 82). Não foi assim: na madrugada do domingo da consulta, os militares invadiram o palácio e expatriaram o presidente, o que é expressamente proibido pela Constituição (art. 102). A ordem de prisão apareceu depois do fato consumado, embora o procurador-geral e um dos juízes da Corte alegassem tê-la emitido e aprovado em segredo, na sexta-feira. Se fosse regular, deveria ser executa-da pela polícia, depois das 6 da manhã.

Os processos por suposta corrupção contra o presidente e integrantes de sua equipe foram abertos depois da expulsão, sem possibilidade de defesa. Ao compactuarem com tais ilegalidades, Congresso e Corte cometeram violações da Constituição muito mais graves que Zelaya. Nenhum governo reconheceu o golpe como legal – nem mesmo EUA, Israel e Taiwan, apesar de manterem seus embaixadores.

A Suprema Corte de Honduras é isenta e apartidária.
Antes do golpe, a comissão de direitos humanos da OEA já criticava Honduras pela falta de um Judiciário “independente e eficaz”. Larry Birns, diretor do instituto Council on Hemispheric Affairs, a classifica como “uma das instituições mais corruptas da América Latina”.

A opinião pública hondurenha é contrária a Zelaya.
Pesquisa Gallup dias após o golpe (30 de junho a 4 de julho) mostrou que 46% dos hondurenhos tinham opinião favorável a Zelaya e 44% desfavorável. Micheletti tinha 30% a seu favor e 49% contra. Outro indício de popularidade é que quatro candidatos que apoiaram o golpe foram à embaixada brasileira e se fizeram fotografar abraçando o presidente.

O Congresso hondurenho ratificou a destituição.
O Legislativo hondurenho não tem jurisdição sobre o assunto: a Constituição não prevê o impeachment, e a própria Suprema Corte julgou, em 2003, que o Congresso não tem o poder de interpretar a Constituição.

Hospedar Zelaya deflagrou a violência em um país que estava tranquilo.
Até meados de agosto, o G-16 (dos países que prestam ajuda a Honduras) contava oficialmente sete mortos, dezenas de presos e torturados e centenas de feridos (inclusive à bala) pelo regime Micheletti, que o Comitê de Defesa dos Direitos Humanos responsabilizava por um total de 101 mortes e execuções extralegais durante toques de recolher. A CIDH da OEA recebeu informes de centenas de detenções irregulares e ameaças e agressões a juízes que deram habeas corpus a manifestantes e oposicionistas detidos pelo regime. A presença de Zelaya apenas chamou a atenção da mídia e da comunidade internacional para o problema e forçou a ditadura a negociar.

O Brasil expôs o território nacional à invasão de Honduras ao hospedar Zelaya.
A embaixada é parte do território do país- onde está localizado e não do país que representa, embora convenções internacionais resguardem sua imunidade de jurisdição, inclusive ante ações policiais e mandados de prisão.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Apontamentos sobre o início do Capitalismo Mercantil

Série: História da Filosofia Moderna – Unidade I

Entendo que poderíamos tratar de todas as transformações que marcaram o início do Renascimento, como a Reforma e Contra-reforma religiosa, o mercantilismo, o novo humanismo, entre outros. Todavia entendo que devemos procurar os eixos fundamentais destas mudanças, que permitem entender que a partir do final do século XV, um processo de grande mudança estava em curso em toda a Europa. E sem dúvida um marco central desta mudança constitui o esgotamento de um modo de produção - o feudal e a emergência de um novo modo - que foi o mercantilismo. Na minha visão são as condições históricas concretas que desencadeiam novas formas de conhecer o real. Então nos deparamos com uma nova ética, uma nova estética, novas concepções políticas, novas teorias científicas e naturalmente com nova visão filosófica. Neste ambiente a Reforma protestante foi fundamental: ela forneceu a base ideológica para o mercantilismo: a prosperidade é uma benção de Deus. O lucro não é um conceito entendido na Idade Média. O sentido das trocas no feudo era mais comunal. O surgimento de um mercado, como um sistema econômico, é que permite também a construção do conceito de acumulação. É esta acumulação que cria os novos ricos, moradores dos burgos .A contra reforma da Igreja Católica terá que enfrentar estes novos desafios.
Em seu livro "Convite à Filosofia Ed. Ática, São Paulo, 2000" a professora Marilena Chauí, embora reafirmando o caráter arbitrário das "demarcações históricas" - vai mais além: ela distingue uma Filosofia da Renascença (do século XIV ao século XVI) da Filosofia Moderna. E, de fato, o período, embora marcado por uma grande efervescência de novas idéias é claramente um período de transição. Os renascentistas percebiam um claro esgotamento do modelo escolástico, mas ainda não haviam conseguido criar um novo padrão epistemológico.
O resgate de alguns conceitos originário do platonismo e do hermetismo foram assim resumido por Chauí, consolidando os seguintes conceitos: “idéia da Natureza como um grande ser vivo; o homem faz parte da Natureza como um microcosmo (como espelho do Universo inteiro) e pode agir sobre ela através da magia natural, da alquimia e da astrologia, pois o mundo é constituído por vínculos e ligações secretas (a simpatia) entre as coisas; o homem pode, também, conhecer esses vínculos e criar outros, como um deus”. Se para alguns pode parecer estranho esta visão vale recordar as correntes contemporâneas que possuem forte influência deste pensamento, como o pensamento ecológico, o conceito de Universo como um holograma ou até mesmo alguns princípios da teoria sistêmica.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

TRIBUTO À TERNURA: GRACIAS A LA VIDA, QUE ME PERMITIU VIVER MERCEDES SOSA

Duas canções possuem um grande sabor de nostalgia, para as pessoas de minha geração: a primeira, o Bêbado e o Equilibrista, magistralmente interpretado por Elis Regina, e a primeira novamente, Gracias a la Vida, na voz terna de Mercede Sosa. Ontem, dia 4 de outubro, faleceu Mercedes, aos 74 anos de idade, às 5h15min (horário local), em Buenos Aires. Ou melhor, como diria Elis Regina, ficou encantada. Sosa foi uma das maiores interpretes da musica latina.
Após a ascenção da junta militar do general Jorge Videla, que depôs a presidente Isabelita Perón em 1976, a atmosfera na Argentina tornou-se cada vez mais opressiva. Sosa, que era uma conhecida ativista do peronismo de esquerda, foi revistada e presa no palco durante um concerto em La Plata em 1979, assim como seu público. Banida em seu próprio país, ela se refugiou em Paris e depois em Madri. Seu segundo marido morreu um pouco antes do exílio, em 1978.Sosa retornou à Argentina em 1982, vários meses antes do colapso do regime ditatorial como resultado da fracassada guerra das Malvinas, e deu uma série de shows no Teatro Colón em Buenos Aires, onde convidou muitos colegas jovens para dividir o palco com ela. Um álbum duplo com as gravações dessas performances logo se tornou um sucesso de vendas. Nos anos seguintes, Sosa continuou a fazer turnês pela Argentina e pelo exterior, cantando em lugares como o Lincoln Center, o Carnegie Hall e o Teatro Mogador.

domingo, 4 de outubro de 2009

SEGUIDORES DA TFP ANUNCIAM NO MEU BLOG PARA INSUFLAR POPULAÇÃO CONTRA ZELAYA, UM PRESIDENTE CONSTITUCIONAL,

SEM COMENTÁRIOS. O texto abaixo é um link de propaganda postado em meu Blog. Em respeito ao direito de expressão não veto este link. Mas manifesto minha opinião: a TFP esteve na primeira fila dos golpistas da ação militar no Brasil, em 1964. Este é o grande currículo deste grupo.



Associação dos Fundadores - Paz no Campo
Atividade: Sem fins lucrativos
Local: São Paulo : SP : Brasil
Quem sou eu
Nós nos alegramos de ser discípulos e seguidores de Plinio Corrêa de Oliveira, Fundador da TFP, na totalidade de sua doutrina e de seus métodos de ação. Esta campanha visa espelhar a fidelidade dos fundadores ao pensamento e ao espírito de Plinio Corrêa de Oliveira, em confronto com as idéias e os fatos que se atropelam no mundo atual. Associação dos Fundadores www.fundadores.org.br - Paz no Campo www.paznocampo.org.br


ESTE É O LINK DE PROPAGANDA POSTADO ABAIXO:
Caso Zelaya Urgente
Brasileiros Escrevem ao Ministro Celso Amorim. Veja.
forazelaya.blogspot.com


ESTE É O GRANDE "FURO" DA GLOBO: INFORMAÇÕES INVERÍDICAS SOBRE HONDURAS.

O texto que segue é uma transcrição literal de comentário postado em um Blog da Folha Online, de autoria do jornalista Fabiano Maisonnave. Este tipo de "barriga", que o jornalista denuncia, apenas confirma o que Mino Carta já havia destacado (vide comentário abaixo): o furor midiário da Globo, com suas censuras à forma como que o presidente Lula, conduz sua política externa, na crise de Honduras. Confira o relato:


A Globo, a Globo News e o G1 mostraram "imagens exclusivas" da Embaixada Brasileira em Tegucigalpa. Exagero. Poderiam ter usado imagens com qualidade bem melhor dos cinegrafistas da AP e da Telesur, que estão aqui desde a chegada de Zelaya e enviam material diariamente. O acesso da imprensa à embaixada é praticamente impossível, estamos realmente sitiados aqui, mas não há o grau de isolamento que a câmera tremidinha dá a entender. Sempre houve uma quantidade razoável de jornalistas acampados aqui com Zelaya, incluindo as maiores agências do mundo, Reuters (só foto) e AP (foto e TV).

E foram justamente os jornalistas que aparecemos nas imagens divulgadas, embora todas as descrições falem de "seguidores usando computadores onde fazem campanha para a volta de Zelaya ao poder". Não há nenhum assessor do Zelaya ali. O Rodrigo Lopes, repórter da RBS que continua aqui, poderia ter sido consultado.

O link para as matérias está abaixo

http://jornalnacional.globo.com/Telejornais/JN/0,,MUL1328696-10406,00-ZELAYA+E+FILMADO+NA+EMBAIXADA+BRASILEIRA.html

http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1328601-5602,00-REPORTER+GRAVA+IMAGENS+EXCLUSIVAS+DE+ZELAYA+NA+EMBAIXADA+BRASILEIRA.html



Escrito por Fabiano Maisonnave às 01h59

sábado, 3 de outubro de 2009

A glória e a infâmia - texto de MINO CARTA, para a revista Carta Capital.

Há coisas do Brasil louvadas mundo afora, e não me refiro às ações da Petrobras e da Vale. Falo do refúgio dado pela embaixada brasileira em Tegucigalpa ao presidente José Manuel Zelaya. Há coisas do Brasil verberadas País adentro. Falo da mesma posição que o resto do planeta aprecia e que já começa a provar seu acerto.

Coisas nossas, diria o sambista. Típicas. Clássicas. Com raras exceções, a mídia nativa condena irreparavelmente o presidente Lula e o Itamaraty, réus por terem garantido abrigo a um presidente deposto por mais um golpe de Estado nesta América Latina ainda tão distante da contemporaneidade. Ou, se quiserem, de um ideal de contemporaneidade.

Na situação, o mundo anda na contramão no confronto com a mídia nativa, aquela que Paulo Henrique Amorim, companheiro de muitas jornadas, denominou de PIG, Partido da Imprensa Golpista. Que a ideia do golpe a inspira e a atiça é indiscutível. Passou sete anos de governo Lula a cultivar a esperança do impeachment. Do mensalão aos pacotes de reais empilhados no vídeo da Globo. Até o risível episódio do pretenso conflito entre a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e dona Lina Vieira, ex-Receita Federal.

Tudo serve ao propósito de minar o pedestal governista. No momento, trata-se de explorar a questão hondurenha. Candentes aos editoriais, ainda redigidos no tom, na letra, no conteúdo, no mesmo estilo que os caracterizava, começos dos anos 60, ao invocar o golpe enfim desfechado pelos carabineiros dos inextinguíveis donos do poder no final de março de 1964.

O tempo passa, e o pessoal não arreda pé do seu ideário. Ninguém se queixa se o monstruoso desequilíbrio social permanece e se o governo Lula fez pouco para avançar na direção de uma igualdade, indispensável, aliás, à realização de um capitalismo sadio e regrado. Enfurecem-se, porém, se o chanceler Celso Amorim autoriza nossa representação em Honduras a hospedar a vítima do golpe. E se Zelaya for amigo de Hugo Chávez, e se ele próprio curtir um sonho bolivariano, o que isso muda?

Observe-se que Lula tomou em relação a Chávez, e às suas particulares reminiscências e evocações de Simón Bolívar, comportamentos cautelosos. Astutos, até. O presidente do Brasil fia-se, com toda razão, nas perspectivas do futuro e na realidade do presente, e sabe que qualquer desenho chavista não atinge o País.

Que esperar da mídia nativa? É sintomático seu passadismo. Simbólico. E nada mais representativo do atraso de quem no Brasil se instala no topo da pirâmide do que a revista Veja, “última flor do Fascio”, segundo o já citado Paulo Henrique. Sintomática a sua larga tiragem, a apinhar a entrada dos espigões burgueses. A não ser que seja encarada como manifestação da vocação humorística verde-amarela. A última edição da revista da Abril supera os momentos mais inspirados da célebre Mad. O mundo se curva.

Fiquei em dúvida. Trata-se de interpretação satírica, ou de acusação ao vivo e a sério? De quem seria o imperialismo megalonanico do sinistro passarinho dentuço apresentado na capa da última edição se não o do Brasil de Lula? Tadinho, recém-saído do ovo... Se a metáfora não resulta de uma irresistível veia cômica, onde se abrigaria? Na embaixada brasileira em Tegucigalpa?

E no outro dia Paulo Henrique me disse que o PIG está na mão de três famílias: Marinho, Frias e Mesquita. Surpresa: Mesquita? Respondeu: “Arrendaram a fazenda para ficar com a casa-grande”. Voltei à carga: “E os Civita?” Sentenciou: “Detrito da maré baixa”.

Fonte:
http://www.cartacapital.com.br/app/materia.jsp?a=2&a2=8&i=5172

O MAGNETISMO DE UM TORNEIRO MECÂNICO: O PRESIDENTE LULA

Gostando ou não do seu estilo, considerando ou não cafona ou populista, o torneio mecânico Lula da Silva, tem muito a ensinar a todos nós acadêmicos. Desde os tempos de São Bernardo, no Sindicato dos Metalúrgicos, este torneio mecânico tinha consciência deste magnetismo, que reúne energia pessoal, carisma, uma intuição muito aguda para as opções a seguir, uma extraordinária capacidade de negociação e convencimento e uma visão muito clara de que é possível superar estigmas, romper paradigmas e construir novas realidades.

- Mas ele fala errado, bebe pinga, não tem colegial, não fala inglês, quebra o protocolo

Tudo isto pode ser verdade. Mas é uma verdade que serve apenas a determinadas elites. O presidente Lula não teve uma educação formal, o que não impediu que ele realizasse um enorme aprendizado nas muitas instâncias em que ele esteve. Negociar, analisar alternativas, fazer concessões, entender a interpretação de balanços de empresas, suportar pressões, conduzir assembléias, blefar: estas são algumas habilidades que um sindicalista aprende para sentar em uma mesa de negociações e conseguir bons acordos salariais. Este percurso formativo o presidente Lula fez com muita dedicação. Quando Obama disse a Lula, "este é o Cara" ele sabia o que estava dizendo.
O texto que reproduzo abaixo é um relato de Antonio Prada, jornalista, que escreveu para o Portal "Terra".

Cinco minutos antes do início da cerimônia de anúncio da sede da Olimpíada de 2016, o presidente Lula, que estava no hotel esperando a escalada da votação, chega ao auditório do Bella Center. Carrega um séquito de seguranças, ministros e assessores. O solene e sóbrio evento do Comitê Olímpico Internacional (COI) tinha roteiro e, se fosse qualquer outro país, seria seguido à risca. Mas lá vai Lula, roubando olhares e palmas de uma plateia que muitas vezes não demonstra qualquer emoção.

Lula senta-se na primeira fila. Nervoso e impaciente, levanta-se e tenta cruzar todo o palco, talvez para cumprimentar o companheiro José Luis Zapatero, chefe de Estado espanhol e rival nesse embate olímpico. Na mesma hora a voz do microfone anuncia: "dois minutos para começar". Lula é içado, dá uma paradinha que lembra aquela do Rubinho Barrichello no pódio. Senta novamente. Arranca gargalhadas da plateia. O protocolo se desespera. Timidamente.

Mas ainda dá tempo. Lula faz o sinal da cruz. Sentado do lado oposto, de frente, Joseph Blatter, presidente da Fifa e membro do COI, com direito a voto, não tira os olhos de Lula. Parece magnetizado. Cutuca os membros do COI ao lado. Repete o sinal da cruz de Lula, indicando a eles o gesto do presidente do Brasil. Ri. Balança a cabeça, como se dissesse que esse cara não existe. Muitos outros presentes não tiram o olhar do brasileiro.

Quando o presidente do COI, Jacques Rogge, pronuncia a palavra Rio de Janeiro e vira a placa, uma explosão de alegria do lado brasileiro. Lá está Lula pulando como um torcedor qualquer, abraçando todos, chorando como se fosse uma criança. Imediatamente tenta partir em direção à delegação espanhola. Não consegue. É bloqueado, como num jogo de futebol americano. Mas fura o bloqueio. Sob o comando de Lula, a comemoração brasileira em Copenhague vira carnaval baiano. Pipoca pura. Sem direção.

Segue a pipoca o sempre recatado escritor Paulo Coelho. "Pula, pula Paulo", incentiva uma brasileira. E Paulo pula. Lula e Pelé comemoram o gol da Olimpíada juntos, bandeira do Brasil nas costas. Juntam as lágrimas. Arrastam mais uma multidão. Lula para e faz questão de abraçar Juan Antonio Saramanch, 89 anos, ex-presidente do COI e artífice da candidatura de Madri, sentado no meio do tumulto. Dá um beijo na testa dele. Depois, segue em frente e finalmente encontra Zapatero. Trocam um forte abraço. Cochicham ao pé do ouvido, envolvidos por uma multidão, feito almôndegas.

Meia volta. Lula arrasta a turba de novo. Na contramão. Bandeira brasileira na mão. Vê Guga no caminho. "Guguinha, Guguinha. Me dá um abraço". Começa a cantoria. "Cidade maravilhosa cheia de encantos mil...". Lula agora vira puxador da alegria, seguido por Hortência, Janeth, Daiane dos Santos, Isabel Swan, César Cielo, Bernard.

Encontra Pelé de novo no caminho. Outro abração. Encorpado. A segurança vai arrastando Lula para fora do auditório, levando também alguns ministros, seguido por dezenas de câmeras. Pipoca política. Lula carrega a bandeira no ombro. Desce a escada. Já no hall inferior, desdobra a bandeira, ajudado por outras pessoas, e cria mais uma imagem que vai percorrer o mundo. Depois é carregado para uma sala.

Meia hora depois, Lula está de volta para a entrevista do vencedor. É o primeiro a sentar à mesa. Parece entorpecido. Põe os fones de ouvido, embora não tenha ninguém falando. O governador do Rio, Sérgio Cabral, chega e senta do seu lado esquerdo. Antes da entrevista acontece a cerimônia de assinatura do contrato, em outra mesa. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, levanta a caneta, como se fosse troféu. Fica de pé. Beija a caneta. Corre para Sérgio Cabral e o faz também beijar a caneta. Tenta que Lula também beije, mas Lula despista, vê a caneta e devolve-a.

Jacques Rogge parece não acreditar no que vê. Mas ainda não tinha visto nada. Lula tem Nuzman de um lado. E Sérgio Cabral de outro. Do lado de Nuzman está o presidente do COI, Jacques Rogge, impávido como Bruce Lee.

Nuzman é o primeiro a falar. Desfila elogios a Lula, Cabral e Paes. Mas foca suas palavras em Lula, que se emociona. E chora. Copiosamente. Por minutos. Estanca as lágrimas com um lenço. Encobre o rosto. Cliques de máquinas e flashes pipocam de todos os lados. Outro momento para ser espalhado pelo mundo.

Quando tem a palavra, Lula derruba o protocolo mais uma vez. Começa a falar de Jacques Rogge, que estava sem fone para seguir a tradução simultânea. Cutucado por Nuzman, põe o fone e ouve: "primeiro queria agradecer ao Jacques Rogge pelo carinho, pela gentileza. Todo mundo dizia na minha delegação: ¿mas ele não ri? Ele está sempre muito sério. Será que ele gosta de brasileiro ou não gosta de brasileiro?' E eu fico pensando muitas vezes que, no papel de presidente, a gente não pode rir. Temos que mostrar a maior seriedade". E Jacque Rogge bem que tenta, mas não segura. E ri. Lula fez o impávido Jacques Rogge sorrir.

Lula fala de Obama, brinca com a vitória sobre o presidente norte-americano. É aplaudido no auditório pelos brasileiros de plantão. Tem o nome gritado em uníssono. E continua. Diz que é amigo pessoal de Zapatero e que só não é amigo do primeiro-ministro japonês porque ele é muito novo e está no cargo "há apenas duas semanas". E que no Japão "você dá bom dia a um primeiro-ministro e boa tarde a outro, pois eles mudam a toda hora". Nova quebra de protocolo. E risos, alguns nervosos, ecoam no auditório.

Lula também começa a cutucar Jacques Rogge com o braço, quando quer falar diretamente com ele. Discreto e claramente incomodado, é ajudado por Nuzman na tarefa de conter o presidente brasileiro. Já cansado de responder e discorrer sobre os mesmos assuntos, Lula tenta terminar o discurso e levantar da cadeira. Não consegue.
Responde a mais algumas perguntas e diz que quer voltar logo para o hotel e ligar para mulher Marisa. Não sem antes deixar a ultima pérola: "Depois de 2016, vamos brigar por uma Olimpíada de Inverno", brinca com uma provocação política. Mais aplausos e Jacques Rogge avisa ao assessor de imprensa do COI que é uma boa oportunidade para encerrar a entrevista, totalmente fora de qualquer padrão olímpico. Lá vai Lula, de novo arrastando multidões, perdendo-se nos corredores do Bella Center, no dia mais feliz de sua vida, segundo suas próprias palavras. E lá vem a Olimpíada com o tempero brasileiro.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Copa do Mundo em 2014 & Olimpíadas em 2016: Mais de cinco milhões de empregos no Brasil.

SÃO PAULO - Copa do Mundo em 2014. Olimpíadas em 2016. Nos próximos anos, eventos esportivos de grande porte não faltarão aos brasileiros, que poderão reunir amigos e família, assistir ao vivo aos jogos, torcer e, muito mais do que isso, conseguir um bom emprego.
Antes do evento, o Brasil terá de se mexer bastante para poder criar condições de receber atletas e turistas de todo o mundo. Isso exige investimento em infraestrutura e, principalmente, em mão-de-obra capacitada.
Só no caso da Copa do Mundo de 2014, uma pesquisa realizada pela FGV Projetos, a pedido da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), revelou que cerca de 3,6 milhões de empregos serão gerados.
Olimpíadas em 2016
Agora, com a decisão tomada nesta sexta-feira (2) pelo COI (Comitê Olímpico Internacional) de escolher o Rio de Janeiro como cidade-sede das Olimpíadas de 2016, mais empregos devem ser gerados.
Uma outra pesquisa realizada pela FIA/USP (Fundação Instituto de Administração da Universidade de São Paulo), a pedido do Ministério dos Esportes, revelou que 120.833 pessoas devem ser contratadas direta e indiretamente ao ano, entre 2009 e 2016, por conta do evento esportivo.
Já no período pós-Olimpíadas, entre 2017 e 2027, serão 130.970 novos brasileiros empregados. E mais da metade dos empregos (53,1%) gerados pelo evento beneficiará pessoas que moram além das fronteiras da cidade do Rio de Janeiro.
Sucesso das festas
Sobre o evento, o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, disse que, de agora em diante, a qualificação profissional dos cariocas para esta nova realidade é fundamental, para garantir o sucesso dos jogos.
"Uma vez confirmada a vitória do Rio, teremos muito trabalho pela frente. Haverá investimentos pesados em infraestrutura, e os trabalhadores precisarão estar totalmente preparados para que a festa seja um sucesso. Serão gerados, nestes seis anos de preparação, milhões de empregos diretos e indiretos, o que irá acelerar ainda mais a economia nacional".
Setor de Turismo
De acordo com o ministro interino do Turismo, Airton Pereira, ações como a qualificação de mão-de-obra, melhora da infraestrutura e incentivo aos investimentos privados devem ser realizadas para o Brasil "entrar em outro patamar em disputa no mercado turístico".
Ele afirmou que o ministério já está trabalhando na qualificação da mão-de-obra para a Copa do Mundo de 2014, principalmente dos profissionais que terão contato direto com o turista, como taxistas, recepcionistas de hotéis e guardas municipais, por exemplo, que contarão com aulas de inglês e espanhol e aprenderão técnicas de bom atendimento.
"Nós já começamos um trabalho que se chama Alô Turista, investindo nos idiomas de inglês e espanhol, que já no próximo ano tem a meta de atingir 80 mil pessoas e isso vai se somar a ensinamentos de bom atendimento".

BRASIL OLIMPÍADAS 2006:

Rio ganha Olimpíadas de 2016 e Brasil já se prepara para investir R$ 25,9 bilhões.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

ESTE É UM PROGRAMA QUE NENHUM PROFESSOR DE FILOSOFIA PODE PERDER. CONFIRA

COLÓQUIO INTERNACIONAL HOBBES: "NATUREZA, HISTÓRIA E POLÍTICA"

De05 a 07 de outubro 2009 - SALA 08
Conjunto Didático de Filosofia e Ciências Sociais - FFLCH/USP
Cidade Universitária - São Paulo - SP

Programação do Colóquio
05 DE OUTUBRO, segunda-feira
Abertura
14:00 (Sala 08)
• Marilena Chauí (USP)
• Renato Janine Ribeiro (USP)
• Carlos Balzi (Universidad Nacional de Córdoba)
Comunicações
15:30–16:30 (Sala 08)
• Bruno Fonseca Ratton (UFMG): Política e Soberania
• Evaldo Becker (UFS): O estabelecimento da soberania e o advento do estado de guerra nas perspectivas de Hobbes e Rousseau
15:30–16:30 (Sala 1031)
• Débora Regina Vogt (História UFRGS): A história como instrumento pedagógico: leitura e recepção dos antigos no Behemoth de Thomas Hobbes
• Willam Gerson de Freitas (UFC): Hobbes contra as autoridades livrescas
16:30–18:00 (Sala 1031)
• Julio Soriano Moyses (USP): A presença de Fausto: a política entre a loucura e a cobiça
• Leonardo Jorge da Hora Pereira (UNICAMP): Hobbes e a Modernidade
Vania Dantas Segala (UNICAMP): A inversão no conceito de razão em Hobbes
15:30–18:00 (Sala 08)
• Fernando Dias Andrade (UNIFESP): A formação do modelo jusnaturalista hobbesiano nos Elementos da lei
• Hélio Alexandre da Silva (UNICAMP): Considerações acerca da(s) origem(s) das divergências políticas em Hobbes e Rousseau
• Mário Sérgio da Conceição Oliveira Junior (UFPA): Hobbes e o Calculum Naturalis
Hobbes e a tradição
18:30 – 20:30 (Sala 08)
• Douglas Ferreira (PUC-Camp): Hobbes, Bodin e a liberdade como problema
• Eunice Ostrensky (USP): Oceana versus Leviatã
• Maria L. Lukac de Stier (Universidad Católica Argentina - CONICET): Pasiones e imaginación: tradición y modernidad

A programação para os dias 6 e 7 está igualmente muito rica.