quinta-feira, 26 de março de 2009

Meus filhos, Fabricio e Diego.


Com eles aprendi uma filosofia que não se ensina na faculdade e, no entanto, não menos legítima do que toda filososofia universal.

Lenir, minha esposa


Com Lenir compartilhei meus momentos de maior iluminação e maiores dificuldades. Foi minha principal e paciente confidente, tendo em muitos momentos me auxiliado na organização do meu material de pesquisa.

quarta-feira, 25 de março de 2009

COLAÇÃO DE GRAU: UM RITO DE PASSAGEM



A colação de grau em um curso de Licenciatura em Filosofia constitui um rito de grande signficado pessoal. Nosso paraninfo, o professor Ricardo Benedicthus, colocou de uma forma muito lúcida em sua fala aos formandos, quando perguntou: afinal, para que serve filosofia, um saber de mais de 25 séculos de história. A resposta estará dentro do espírito de cada um de nós. E,provavelmente, carregaremos esta pergunta até o fim dos nossos dias no planeta terra. A minha companheira e esposa amada, Lenir, aos meus filhos Fabrício e Diego, aos meus pais, aos meus netos, minhas noras, irmãos, a todos que comigo se entrelaçam na Teia da Vida, como meus colegas de turma e meus professores, meus agradecimentos por ter podido viver este momento.

segunda-feira, 16 de março de 2009

MATERIALISMO, O IDEALISMO E OS MITOS FUNDADORES DA EMANCIAPAÇÃO HUMANISTA.

A idéia de uma realidade transcendental aos seres humanos (estruturada na forma de um Deus e religiões) foi considerada tanto por Feuerbach com o de Marx como resultado de processos de alienação dos humanos, na sua relação com a natureza. Feuerbach explicará este processo pela antropologia: no transcorrer da história da cultura humana estes se valeram das explicações sobrenaturais para dar conta de acontecimentos sobre os quais não tinham domínio. Este debate já havia sido introduzido por Hegel ao formular as bases da dialética, mas ainda sobre um fundamento idealista. No sistema hegeliano partia-se do pressuposto de que a Idéia era o sujeito, cujo predicado consistia nas suas objetivações (a natureza e as formas históricas da realidade social), sendo o empírico apenas a aparência ou o fenômeno. Assim a natureza não seria mais que a "exteriorização" em forma secundária da "idéia absoluta". Marx e Engels, ao contrário, consideravam a natureza como a única realidade:
"A Natureza existe de forma independente de toda filosofia; é o solo sobre o qual nós, homens, produtos nós mesmos da natureza, brotamos e crescemos. Fora da natureza e dos homens nada existe, e os seres superiores, criados por nossa fantasia religiosa não são senão o reflexo fantástico de nosso próprio ser."
Com relação a Feuerbach, Marx e Engels vão criticá-lo de padecer do mesmo defeito de só apreender o mundo sensível enquanto objeto ou intuição e não como atividade humana concreta, prática. Ele chamará o materialismo de Feuerbach de contemplativo; que se satisfaz como teoria. Contrapondo-se a isto, Marx e Engels se dizem materialistas práticos, no sentido de que o materialista prático tem o compromisso de revolucionar o mundo existente, e não se satisfaz com a sua essência, como queria Feuerbach. Ainda em Feuerbach, o materialismo se manifesta como concepção do homem como ser corpóreo, ser natural. É um materialismo ausente no âmbito em que o homem é ser social e faz história, diria Marx
Fiz estas referências para focar o campo do debate: Qual o alcance e limites do materialismo e deste referenciado em uma ética humanista. Qual o projeto de emancipação que embalou a organização da esquerda mundial em todas as suas vertentes, mas em particular na América Latina,
Mas inicialmente é preciso situar historicamente o surgimento de concepções como o método dialético, o idealismo do final do século XIX, o materialismo de igual período e finalmente, as teses humanistas contemporâneas.
Comecemos examinando o período em que Hegel formula suas doutrinas fundamentais.
A época vivenciada por Hegel é posterior ao Iluminismo, filosofia na qual preponderaram as idéias de Kant, no período anterior à Revolução Francesa. O Iluminismo por essa época, final do século XVIII, na Alemanha, já havia sido ultrapassado pela filosofia romântica. Hegel considerava o Iluminismo como um momento superado na evolução da histórica do pensamento. Porém, por volta de 1830/1840 tem-se um ressurgimento iluminista que a exemplo do anterior, combativo, político e anti-religioso na França pré-revolucionária, ligava-se na Alemanha à luta pela reforma do Estado prussiano feudal.
O período 1830/40 foi de luta ideológica, no qual buscava-se combater os direitos da Razão, a era das Luzes e o racionalismo. Nessa luta, a obra de Hegel cedeu à influência de Feuerbach.
O novo iluminismo, de cunho filosófico-romântico, tinha como carro-chefe o materialismo de Feuerbach, que lançaria suas pesadas críticas ao núcleo racional-teológico do Idealismo hegeliano. Tem-se então, na vanguarda do pensamento filosófico, o materialismo de Feuerbach, o qual servirá ao jovem Marx como arma necessária à crítica do Idealismo hegeliano e à formação de seu pensamento.
Curiosamente o que manterá a crítica ácida de Marx a toda forma de idealismo é precisamente o núcleo da formulação humanista.
Posso com facilidade trazer este debate para o início dos anos 60 no Brasil, quando embalados por grandes projetos de transformação social, aqueles que em minha geração transitavam a busca de uma direção a estes projetos, incorporaram a crítica marxista ao capitalismo no espaço de um idealismo cristão. No fundo estávamos convencidos que assim como a idéia cristã de emancipação e instalação do reino da igualdade e da fraternidade, também o marxismo possuía um forte componente teleológico: elementos como o povo escolhido (proletariado) e a destinação universal e o imperativo do comunismo como espaço de todas as liberdades confundia-se com as promessas de instauração da “Terra onde jorra o Leite e o Mel”, existindo precisamente aí a noção de um mito, que estará presente em toda a empreitada da esquerda mundial ao longo do século XX. Este ideário não impedia de usamos todo o instrumental marxista de crítica ao capitalismo, reconhecer os mecanismo de alienação, a formação da mais valia, no processo de exploração da força de trabalho, a imoralidade da propriedade privada dos meios de produção e a ação revolucionária de natureza emancipadora.
A professora Marilena Chaui em seu livro Brasil - Mito Fundador e Sociedade Autoritária (Editora Fundação Perseu Abramo - 2004) faz o seguinte comentário: (...)" Se também dizemos mito fundador é porque, à maneira do toda 'fundatio', esse mito impõe um vínculo interno com o passado como origem, isto é, com um passado que não cessa nunca, que se conserva perenemente presente e, por isso mesmo, não permite o trabalho da diferença temporal e da compreensão do presente enquanto tal."(...)
Esta visão é central. Quando em minhas reflexões aponto a presença de mitos fundadores do cristianismo na formação dos partidos de esquerda no Brasil contemporâneo é deste passado/presente que estou me referindo. Todas as religiões externam um projeto de salvação alhures.
Os partidos de esquerda no Brasil nasceram de uma forte influência da Ação Católica (especialmente da Ação Popular), da Teologia da Libertação e de várias vertentes do pensamento marxista. E, efetivamente o projeto marxista (via Teologia da Libertação ou não) possui um projeto de salvação de forte raiz judaica: o Povo Escolhido (proletariado); uma Liderança Salvadora (a vanguarda do proletariado); a derrota de Satã (o capitalismo), a grande caminhada libertadora de Moisés em direção ao Reino da Justiça (o processo revolucionário possui a aridez do deserto e é purgativo) e enfim a entrada no Reino onde Jorra o Leite e o Mel (Canaã) - que é o reino da igualdade, da justiça e da verdade (o comunismo pleno).
A presença destes elementos constitui a base da interpretação da militância quase religiosa presente, em particular no Partido dos Trabalhadores. O nascimento, as crises e as perspectivas do PT possuem fortes raízes nestes elementos. A partir desta reflexão entendemos encontrar o espaço de elaboração de um juízo crítico, que supera as avaliações comprometidas com o senso comum (fortemente alardeada pela mídia, que retroalimenta a formação das opiniões menos comprometidas com a pesquisa)
O mito bíblico do início da trajetória humana na terra traz um dilema ético e moral recorrente: a liberdade nasce quando os humanos – Adão e Eva - rompem com o incomensurável e passam a caminhar no terreno enlameado da história. O ato é um ato de desobediência e de liberdade.
De acordo com Gênesis:
"(...) Deus pôs o homem no Jardim do Éden e disse: 'De toda a árvore do jardim comerás livremente; mas da árvore da ciência do bem e do mal não comerás, porque no dia em que delas comeres, certamente morrerás'. A isso se seguiu a criação de Eva a partir da costela de Adão e a tentação de Eva pela serpente, que lhe disse: 'Não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dela comerdes se abrirão vossos olhos e sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal'. E assim Adão e Eva comeram o fruto. (...)”( Gênesis, 2-3, apud. Edinger, 2000).
De modo análogo ao nascimento, Adão e Eva encontravam-se num estado que podemos qualificar como um estado inicial e inconsciente, formando uma só unidade com Deus: o paraíso. Este estado é paradisíaco porque não há indícios do aparecimento da consciência e, portanto, não há conflito.. O fruto, sem dúvida, parece representar a consciência, uma vez que é o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, o que significa que traz a consciência dos opostos, característica específica da consciência. De certa forma o mito cria uma idéia de “Locus” da Ética, que ao longo da história assume muitas formas no imaginário social, como a Sociedade Perfeita que todos aspiram. São estes componentes históricos, por mais idealista que se revele que caminharam “pari e passo” com a crítica marxista à sociedade burguesa. Ou seja, o materialismo como método acabou na prática realizando uma simbiose prática com a visão da esquerda contemporânea. Ou de outra forma, uma vertente do humanismo contemporâneo promoveu uma aproximação dialética entre o materialismo e o idealismo para fundar as bases de um projeto assentado no programa da Ecologia Profunda, na linha em que é pensada por Leonardo Boff. Este materialismo se realiza, enfim com a sacralidade dos humanos e com a visão que a realidade fundamental não é dicotômica nem excludente e que tanto o materialismo como o idealismo na vertente hegeliana e marxista não deram conta da formulação do projeto verdadeiramente emancipador no mundo contemporâneo.

domingo, 15 de março de 2009

Quanta bobagem sr. Sun Tzu! Quanta bobagem.

De fábulas, de guerras e de artes:

Fora de qualquer contexto a guerra é a anti-arte, é a ignomínia, a vilania, todas as patologias, é a abdicação do ritmo e da harmonia. Desta forma quem se atreveria a compor com rima pobre esta errante guelra de fugidia arte? Talvez as marciais? E as que tais?
Poderia ser um levante das massas? Qualquer massa, incluindo os pastéis e os coronéis. E assim aliterando vamos aquietando a sobeja forma do que em si disforme se atreve em verso.
Pois, taí uma guerra com arte.


Fora minhas considerações acima cuido de lembrar-me que um tal Sun Tzu, andava meio enfadado com seus trocadilhos, e pensando que tantos séculos depois, surgiria no ocidente, uma sub-raça que se intitularia Consultores de Negócios, mui versado numa outra arte, de vender a preço caro o que nobres e plebeus teriam por valoroso, o que menos entendessem, e esta sub-raça se poria a vender em praça pública com tom de coisa séria, a veraz verossimilhança entre as travessuras da guerra e igual marcha do adestramento de um anti-herói, em si chamado Talentosos Executivos, ou mui vorazes Gestores de Processos e Gestores de outras coisas tamanhas, cabedoras todas elas, nos manuais de realizar o milagre da salvação de empresas.

De sorte que sendo um grande profeta e de tal sorte antevendo os bons lucros que seu livro proporcionaria, deu Sun Tzu de autografar um tal de Arte da Guerra.

E tudo deu muito o que falar: séculos depois, conforme antevera, multiplicaram-se os usos (e até os costumes).

De sorte que certo dia as Faculdades de Administração acharam muito chique proclamarem-se ciências e mais chique ainda trata-las como arte. A arte da guerra.
Pois veja no que deu sr Sun Tzu.

MANIFESTO

1 - Em defesa do ANARQUISMO SOLIDÁRIO e da vida plena.
2 - CONTRA toda forma de dominação.
3 - Contra todas as ditaduras, das minorias e das maiorias.
4 - Contra todas estruturas burocráticas.
5 - Em defesa da compaixão como valor fundante da solidariedade
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quarta-feira, 11 de março de 2009

Conhecí Amyr Amiden, um excepcional sensitivo.

Conheci praticamente todos os personagens envolvidos nos relatos do livro "O Fenômeno Magenta", que é apresentado da seguinte forma:

"A presente obra constitui um marco na história da investigação sobre transcomunicação. Abrange uma vasta e admirável fenomenologia, contendo dezenas de materializações, teletransportações e transcomunicações através de rádio.

São várias razões para esta valiosa e oportuna realização. Em primeiro lugar, a qualidade excepcional do sensitivo Amyr Amiden. Desde os oito anos de idade, Amyr convive, no cotidiano, com uma habilidade rara e maravilhosa: a de ser canal de uma inteligência superior, que se expressa através de surpreendentes feitos, sempre dotados de significados particulares e de uma sabedoria incomum, transpessoal. A casuística exposta neste livro é um testemunho tocante dessa façanha, que ilustra o imenso e tão desconhecido alcance do potencial humano, a ser reconhecido e desbravado no decorrer do século XXI."


Conheci Amyr de forma inusitada. Em 1992 eu me encontrava na biblioteca da UNIPAZ ( Universidade Internacional da Paz), em Brasília, quando em certo momento senti um forte aroma de rosas. Perguntei à atendente se eles tinha para vender o que me pareceu ser um incenso. Ela me respondeu, com simplicidade: este cheiro não é de incenso; é o cheiro do "amir". Claro que imaginei tratar-se de algum óleo aromático ou coisa semelhante. Então a assistente completou: - o amir deve estar chegando. Indaguei: como assim? Ela então começou a me explicar: Você não conhece o Amyr? Quando ele estar vindo para cá fica este cheiro forte de rosas. Incrédulo pedi que ela me falasse mais: - "quando o Amyr chegar você vai ver". Pouco depois encontrei o Pierre Weil, um mestre da aborgadem hoslística e, nesta época, reitor da UNIPAZ, no saguão da Universidade e perguntei a ele sobre o Amyr. Neste momento ele comentou: você vai conhecê-lo pessoalmente. Ele acabou de chegar.
Foi uma surpresa: a figura de Amyr, sua expressão, suas feições me causaram uma sensação de estranhamento. Amyr não tentava ser simpático e parecia cultivar (mais do que naturalmente já era) uma aura de incomum. O que se seguiu constituiu para mim o fim de um tipo de busca e o início de sistematização desta mesma busca: presenciei e testemunho, com minha razão de um professor de filosofia, fatos inusitados como materializações espontâneas. Aparamente Amyr não tinha controle sobre elas: sua presença que as induzia. Nenhum truque, tudo num espaço aberto, sem meia luz. Pierre comentou: Amyr é para mim um portal entre dimensões. Não podemos fingir que os fenômenos não existem, nem tentar respostas apressadas (como muitas vezes faz a parapsicologia). O real não era tão simples quanto alguns tentavam ensinar. Havia mais a ser estudado. A partir daí iniciei minha fase de sistematização. E na realidade foi nesta busca que decidi estudar filosofia. A editora do livro comenta:
"A segunda razão está ligada à implacável equipe internacional de pesquisadores que se dedicaram a essa investigação. Todos são profissionais respeitados e de grande destaque nas áreas em que atuam. A terceira razão é a natureza inter e transdisciplinar deste trabalho, que agrupa representantes da psicologia, parapsicologia, antropologia, medicina, teologia, filosofia, física quântica, junto com pesquisadores e geólogos de universidades, que analisam os variados e instigantes produtos gerados nesta oficina prodigiosa dos talentos de um ser humano especial."

Esta é uma leitura indispensável para as pessoas que queiram se atualizar com relação às pesquisas psíquicas e transpessoais de ponta, sérias e consistentes, que comprovam a existência de outros níveis de realidade, que estão sendo desvelados à luz da transdisciplinaridade e da física contemporânea. E uma instigante reportagem no domínio da paranormalidade e da transcendência, neste laboratório vivo e aberto, onde a ciência se encontra com a consciência.

quinta-feira, 5 de março de 2009

O Jogo do Capital : confira

O Jogo do Capital foi criado por Paulo Quaresma Neto. É uma dinâmica em sala de aula para discutir conceitos da obra de Karl Marx como mais - valia, classes sociais, capitalismo, socialismo, etc. Regras do jogo
Exemplo de como o jogo funciona

Fonte:
http://www.filosofiaemquadrinhos.com.br/