quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Qual o Espaço Ontológico de Nossas Escolhas? O final já está escrito?

Meu TCC foi identificado com o título: "Mitos Fundadores, Crises e Pespectivas do Partido dos Trabalhadores", eu busco ampliar a visão que você se refere no TCD. A professora Marilena Chaui desenvolve o conceito dos "mitos fundadores" na história do Brasil. Recupero uma referência da professora: (...)"À maneira de todo 'fundatio' este mito impõe um vínculo interno com o passado como origem, isto é, com um passado que não cessa nunca, que se conserva perenemente presente e, por isto mesmo, não permite o trabalho da diferença temporal e da compreensão do presente enquanto tal"(...).
Para mim foi um achado esta contribuição de Chauí. Depois encontrei em diversos outros autores o papel dos Mitos, com uma força muito maior do que eu poderia originalmente conceber: bons exemplos estão no estruturalismo, que nos fala de um Inconsciente Estrutural e dos conceitos de arquétipo trabalhado por Jung. Porque fui buscar estas fontes? Sempre me perguntei sobre a origem da energia mobilizadora de alguns conceitos, como por exemplo o de "libertação". Eu tive vários companheiros que morreram sob tortura, colocando o ideal de liberdade acima da própria vida. Havia uma motivação que eu chamaria de "não-racional" e uma convicção de que no final a Verdade venceria. Esta é no fundo a visão do Reino, proclamada pelas religiões abraamicas, que está presente no judaísmo (Marx era judeu) e no cristianismo e neste sentido, é uma visão teleológica. O Bem é para o onde caminha inexoravelmente a história. Se a história possui uma destinação teleológica qual o sentido de nossas escolhas e o papel da nossa liberdade? Somos de alguma forma prisioneiros de um final que já está escrito? Esta é a dimensão ontológica do Ser que estudamos?

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