terça-feira, 15 de setembro de 2009

Possibilidades e limites dos negócios ambientais

No curso de pós-graduação em economia e meio ambiente, que realizo na Universidade Federal do Paraná, estamos debatendo as oportunidades dos negócios ambientais no Brasil. Eis algumas reflexões que faço sobre o assunto em questão:

Em primeiro lugar irei considerar uma questão estrutural, partindo da consideração dos limites éticos de negócios ambientais no modo de produção capitalista; desta forma partirei do enfoque, não apenas de novos negócios, mas na viabilidade deles no âmbito da chamada “economia solidária”, assim como é definida pelo professor Paul Singer, como outro modo de produção, operadas por cooperativas, associações e/ou grupos familiares.
Pierre Rousset, em um artigo Publicado nos Cadernos Em Tempo n. 3113, fevereiro de 2000, coloca assim esta questão:

“Tem cada vez mais menos sentido tratar as questões ecológica e social de forma independente, tanto no plano político quanto reivindicativo. Não podemos aceitar, ou estaremos correndo o risco de contradições explosivas, desenvolver dois conjuntos paralelos de medidas, um para responder às necessidades sociais (“salvar a humanidade”) e outro para responder aos danos ecológicos (“salvar o planeta”). O objetivo atual é combinar estas duas exigências solidárias em um mesmo programa de ação que seja, de fato, coerente.”

Tendo em conta estas reflexões aponto como oportunidade de negócios (solidários)

1 - Biodiesel – desenvolvido a partir do óleo mamona. Já existem pesquisas e importantes experiências nesta área, na região do nordeste brasileiro. Novos estudos sob o impacto ambiental e correto manejo da mamona precisam ser realizados, para evitar que este negócio se transforme em nova fonte de desertificação.

2 – Fortalecimento dos negócios da Agricultura Familiar, com múltiplas vantagens sócio-econômicas: a) difusão da agricultura orgânica e redução dos custos sociais no trato da saúde pública; b) melhoria da estrutura fundiária e todas suas conseqüências na preservação dos ecossistemas; c) marketing do consumo consciente, redes específicas de distribuição destes produtos e difusão de selos de certificação dos produtos orgânicos.

3 – Tecnologias para controle natural das pragas no plantio da soja e da cana de açúcar. Temos registros de experiências bem sucedidas nesta área.

4 – Tecnologias de gestão na área do “comércio justo”, com identificação clara da logística, formação de preços, distribuição e certificação de produtos.

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