quinta-feira, 3 de setembro de 2009

O JOGO DE ANK - Série Cartas do Caminho Sagrado

Nos primeiros tempos, o Grande Conselho de Sábios reuniu-se para cumprir uma importante tarefa: era preciso criar Deus. Nesta época era prática corrente a realização dos Jogos da Razão. Os Jogos seguiam regras de inegável elegância. A Lógica impunha estilo. No início não havia porque se perturbar com a insistência dos Sonhos de Fantasia. O som ritmado sugeria um tipo de métrica, muito apropriado para novos jogos. Assim como os matizes do conjunto das cores. Os Sábios porém ficaram incomodados quando um deles relatou-lhes o seguinte sonho: - dois jovens vieram com uma novidade, chamada Jogo da Vida. A competição seguia da seguinte forma: o jogo se assemelhava ao boliche. À frente dos jogadores havia uma pequena pista e, ao seu final, abria-se um círculo. Os jogadores, com uma peça de madeira de cor própria ( amarelas para o Primeiro Jogador e azuis para o Segundo) faziam o arremesso. Cada peça deveria cair dentro do grande círculo. Perdia-se pontos se a peça caísse fora. Mas havia uma complexidade crescente. A cada lance as regras mudavam. Nesta etapa do jogo as peças amarelas precisavam cair no grande círculo, permanecendo dentro dele, ao mesmo tempo em que tocavam as peças azuis empurrando-as para fora. O jogo parecia caminhar para seu clímax. Nova regra. Um peça azul deveria ser lançada, produzindo um efeito que a levaria a resvalar por cinco peças amarelas espalhadas no Grande Círculo e, finalmente, tocar para fora a quinta peça. O desafio parecia impossível. Este Jogo parecia uma brincadeira. Faltava-lhe seriedade. Neste momento o Primeiro Jogador sentou-se em posição de Lotus, entrando em um estado até então desconhecido. Em profunda concentração ele meditava e um sentimento de inteireza invadiu todo o seu ser. O Segundo Jogador percebeu que algo fora do comum acontecia. Procurou no Grande Livro a palavra Intuição. Nada feito. Ele mesmo intuía que perderia aquele jogo. Começou a enrolar pequenas pelotas de papel atirando-as na face do Primeiro Jogador. Em um gesto rápido e firme o Primeiro Jogador acertou o Segundo com um leve golpe de karatê. Aquele que Sonhava o Jogo da Vida entendeu que a cumplicidade com a provocação era também um ato de violência. E da mais profunda intuição saiu o movimento que reproduzia o formato da Cruz Ansata, promovendo um integração das peças, uma a uma. até arrancar numa explosão final a UNIDADE, que sempre estivera Presente.

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