terça-feira, 9 de agosto de 2011

A truculência é a arma dos opressores e a resistência a arma dos oprimidos: a greve dos Educadores de MG continua.

Professores da rede pública de ensino de Minas Gerais, em greve há exatos 63 dias, vão continuar longe das salas de aula. A decisão foi tomada nesta terça-feira (9) durante uma reunião no pátio da Assembleia Legislativa, no bairro Santo Agostinho, região Centro-Sul de Belo Horizonte.


Segundo o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (SindUTE), a greve continua até a próxima terça-feira (16), quando acontece uma nova assembleia.

Assim que decidiram pela continuidade do movimento, a categoria saiu em passeata pelas ruas da capital. A expectativa é que os professores sigam em direção a Savassi. De acordo com a BHTrans, cerca de 600 professores participam do protesto.

Por volta das 17h15, os educadores estavam na avenida do Contorno com Olegário Maciel. O trânsito no local já apresenta lentidão e a retenção vai da avenida do Contorno até a Raja Gabáglia, no sentido Savassi. Os motoristas que puderem devem evitar a região.

Medidas

Também na tarde desta terça, a Secretaria de Estado de Educação divulgou uma lista de medidas para reduzir o impacto da greve. Segundo o governo, uma das medidas anunciadas é a contratação de 3 mil professores substitutos que lecionam para o 3º ano do Ensino Médio.

Logo após o anúncio, o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (SindUTE) afirmou que vai recorrer da decisão, sob justificativa de que a contratação temporária é inconstitucional.

Nesta quarta-feira (10), representantes do sindicato, Ministério Público (MP) e Secretaria de Estado de Educação se reúnem, às 14h30, na sede do MP, para tentar chegar a um acordo o mais rápido possível.

Reivindicações

A principal reivindicação dos professores é o reajuste para atingir o piso salarial nacional de R$ 1.597 para uma jornada de 40 horas semanais. Atualmente, o piso é de R$ 369 para 24 horas por semana.

O impasse permanece entre a categoria e a Secretaria de Estado da Educação (SEE). O órgão afirma que o piso praticado é de R$ 1.187 para 40 horas semanais. No regime salarial de subsídio, em vigor atualmente, os professores recebem R$ 1.122 para de 24 horas semanais. A SEE entende o valor como sendo superior ao piso nacional, já que a carga horária é menor.

De acordo com a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais, a paralisação atinge 18% das 3.777 escolas públicas estaduais: 2% estão totalmente paradas e outros 16% em paralisação parcial. Para o Sind-UTE/MG, a adesão é maior e atinge 50% das escolas, sendo que a adesão no interior do Estado vem crescendo.

CUT em Brasília

Amanhã dia 10 de agosto, dirigentes da CUT Nacional, estarão em Brasília com um agenda para debater diversos assuntos de interesse dos trabalhadores. A situação dos educadores em todo o Brasil será um dos assuntos em discussão. Para o dia 16 a CNTE da CUT Nacional convocou um Dia Nacional de Paralização pelo implantação do Piso Nacional de Salário. Segundo um dirigente sindical a postura de governadores como Anastasia, de Minas, que se recusa a negociar com os professores está conduzindo a greve da categoria para um perigoso impasse: este tipo de atitude apenas favorece a radicalização, disse.

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