terça-feira, 26 de julho de 2011

Retrocesso neoliberal, a ameaça que pesa sobre o avanço da Economia Social no Brasil.

Beatriz Cequeira, do Sind-UTE-MG publicou em seu blog os números e comentários abaixo. Os números mostrados apenas reforçam uma análise que já havíamos apresendo aqui neste espaço: em que pese seu insucesso nos Estados Unidos e em toda a Europa, aqui no Brasil o Neoliberalismo continua afirmando sua hegenonia contra as prioridades do Estado Social. As políticas neoliberais, que transformam o cidadão em cliente e a ação cidadã em atos de consumo, possuem esta feição amarga de ampliar a exclusão social. Por isto a educação pública perde espaço para a educação privada. Por isto repercute tão pouco os clamores dos professores do ensino público junto ao governo. O governo do presidente Lula representou um grande avanço na construção do Estado Social, mas o fez a custa de muitas alianças com setores representantes do Capital (em detrimento dos representantes do Trabalho), como mostra o grande leque de partidos do arco de apoio à presidente Dilma. Na realidade os representantes da sociedade organizada, como sindicatos, associações e Ongs não foram capazes de aprofundar a inclusão política das categorias populares, que daria um maior respaldo aos partidos políticos mais comprometidos com as políticas de esquerda, em sua disputa de hegemonia com os representantes do neoliberalismo. A CUT, o MST, as Pastorais, os grupos vinculados à Economia Solidária e a Tecnologia Social, os movimentos organizados das chamadas minorias precisam com urgência recuperar este papel, sob pena de todo avanço social do período Lula resultar apenas em uma modernização para dentro do mercado doméstico,  em sua dimensão puramente capitalista. Este seria um retrocesso histórico imperdoável. Confira o texto de  Beatriz Cequeira, do Sind-UTE-MG          
Os números na Gestão do Governo de Minas


Uma breve análise do Censo Escolar revela uma realidade surpreendente da situação da educação básica em Minas Gerais.

Embora a rede estadual seja responsável por 48% das matrículas na educação básica, percebemos uma política sistemática de diminuição da rede estadual. Analisando o período de 2005 a 2011, o Censo Escolar aponta um decréscimo do número de escolas estaduais em atividade de 4%.

Já a rede particular é a que mais expandiu em Minas Gerais com uma taxa de 8% de crescimento no mesmo período.

O interessante é que enquanto a rede estadual diminuiu, o número de pagamentos vinculados à Secretaria de Estado de Educação aumentou.

A rede estadual diminui a oferta, não houve concurso público, mas analisando o Demonstrativo de Despesa com Pessoal do primeiro trimestre de 2011, verificamos que o número de pagamentos aumenta gradativamente. Isso significa que o Governo pagou mais pessoas.

Em janeiro de 2010 o número de pagamentos foi de 361.873. Já em janeiro de 2011 o número de pagamentos foi de 414.952.

Outro dado interessante é o acréscimo de despesas que não existiam em 2010 e passaram a existir em 2011 como os exemplos abaixo:

Casa Civil e Relações institucionais R$607.538,46

Secretaria de Trabalho e Emprego R$206.346,03

Escritório de Prioridades Estratégicas R$158.085,69

Contratos Administrativos na Defesa Social R$728.842,65

Contratos Administrativos na Seplag R$662.785,58

Contratos Administrativos na Saúde R$656.013,24

Outro dado interessante diz respeito a despesa da Advocacia Geral do Estado.Comparando o mesmo período de 2010 e 2011, a despesa desta pasta aumentou 41,2% e a da Auditoria Geral do Estado 21,5%. O Gabinete Militar do Governo aumentou suas despesas em 15,7% .

Gosto dos números porque eles revelam de forma objetiva o que um Governo está fazendo ou deixando de fazer.

Fontes: Censo Escolar, Jornal Minas Gerais, Dieese Subseção.

Observação: Cansado de ser perseguido por não cumprir a Lei Federal 11.738/08, o Governador viajou para agenda fora do país.

Do Blog  http://blogdabeatrizcerqueira.blogspot.com/2011/07/os-numeros-na-gestao-do-governo-de.html

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