Postagem que fiz no Portal Conversa Afiada:
Prezado Paulo Henrique Amorim
A atitude da Amanda foi exemplar. Nós professores do estado de MG estamos em uma greve que já passa dos 30 dias em defesa da aplicação do Piso Mínimo Nacional para a categoria. Trata-se de ação julgada pelo TSE e não cumprida pelo governador Anastasia.
Tenho 63 anos, sou professor de filosofia (licenciatura plena) e tenho um contrato com o Estado para lecionar para 11 turnmas. Meu rendimento bruto é de R$ 880,00. Nós, professores contratados, não temos nenhum dos direitos conquistados pelos trabalhadores desde Getúlio Vargas, como décimo terceio, férias remuneradas, FGTS. Pagamos com nosso próprio rendimento cópias impressas de textos para os alunos, além de outros materiais didáticos.
O governo de MG usa um artifício chamado Subsídio para ludibriar a lei. No Subsídio é pago o piso do Estado (em torno de um salário mínimo) adicionado de vantagens obtidas em promoções, “pó de giz”, tempo de serviço etc. O pó de giz é extremamente agressivo para o pulmão e para a pele. Quem leciona para 11 turmas diferentes gasta o mesmo tempo de preparação destas aulas. A organização de uma aula de filosofia é quase sempre artesanal, assim como a própria aula. Esta é a realidade que vivemos. E por esta realidade temos os vencimentos que todos já conhecem. Estamos em greve pela educação, pela defesa da Constituição e pela nossa própria dignidade.
A todos um afetuoso abraço.
Frederico Drummond
Professor de Filosofia
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