quarta-feira, 31 de março de 2010

Em Sete Lagoas está nascendo a civilização moderna da biomassa. Sem ufanismo.

Para os nossos alunos, pesquisadores do meio ambiente em Sete Lagaos, MG, é no mínimo muito oportuno aprofundar este conhecimento sobre as florestas das Minas Gerais e o seu papel na preservação e conservação dos ecossistemas. O tema bioenergia, no presente, gera entusiasmo devido à conexão com os problemas ambientais globais, a economia brasileira em alto astral e o Brasil ser o “país da vez” no jogo da economia mundial. Este entusiasmo que vem da percepção de que não se trata apenas de um novo ciclo de crescimento. A nova onda apresenta-se como o prenúncio de algo muito mais abrangente, em extensão e profundidade. Esta vivendo o momento inaugural, em solo brasileiro, da civilização moderna da biomassa, na expressão de Ignacy Sachs, pesquisador da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris.

Florestas plantadas e ferro-gusa em Minas Gerais
De acordo com dados da AMS, Minas Gerais é o maior produtor de carvão vegetal do país e tem a mais extensa área de floresta plantada no Brasil. Cada hectare dessa floresta preserva cerca de 10 hectares de florestas nativas. Em Minas, o setor florestal é guardião de 490 mil hectares de florestas naturais preservadas. Hoje, a atividade emprega no estado cerca de 750 mil empregos. Os dados apontam também 1,42 milhão de hectares de área total plantada (Eucalyptus e Pinus) em 2,3% do território mineiro.
O parque industrial mineiro é formado por 62 indústrias com capacidade de produção instalada de 7,6 milhões de toneladas/ano. O estado é responsável por 60% da produção brasileira de gusa. "Estamos em constante aprendizado sobre a utilização da bioenergia. Por exemplo, co-produtos de empresas de carvão, como o líquido pirolenhoso e o alcatrão, que ainda não são muito aproveitados, podem ser úteis em diversas aplicações, como fertilizantes, ligantes para refratários e compostos aromáticos para a indústria alimentícia", explica Marcelo Franco.

“As plantações florestais ocupam menos que 1% da área agricultável do Brasil. Temos, portanto, um potencial de crescimento de áreas com florestas plantadas fabuloso e com perspectivas animadoras. Nosso país possui água e energia solar, ideais para o crescimento de muitas espécies arbóreas, o que nos coloca em posição de vantagem comparativa invejável.
Para uso da biomassa florestal como fonte de energia em grande escala em nosso País tem-se que vencer dois principais desafios. O primeiro é a produção da biomassa em escala, ou seja, a generalização de plantações florestais. Todavia, não dispomos de material propagativo em quantidade suficiente e na qualidade desejável. Assim, será preciso o desenvolvimento de tecnologias simples e baratas para disponibilizar aos produtores rurais além de sementes e mudas das espécies arbóreas mais adequadas às condições edafoclimáticas do nosso extenso território.
O segundo problema a ser enfrentado é o desenvolvimento de tecnologias mais eficientes e sustentáveis na conversão da biomassa em energia. Além disso, deve-se desenvolver e adaptar outras tecnologias ainda não usadas ou em estado embrionário no país, como: compactação de biomassa florestal; produção de bio-óleo; celulignina; álcool e outros derivados de alto valor agregado. Estes produtos promovem o aumento da densidade energética da biomassa proporcionando, dentre outras vantagens, uma logística de transporte competitiva.
O Brasil lidera a produção de biomassa florestal para várias finalidades graças ao enorme sucesso na silvicultura e melhoramento genético. Entretanto, quando se pretende expandir os plantios para outros biomas, existem limitações de sustentabilidade, zoneamento e de oferta de material propagativo adequado”.

Fonte:http://www.florestasenergeticas.com.br/

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