quinta-feira, 18 de março de 2010

Ações que ajudam a reduzir emissões de GEEs

Todos nós recebemos dezenas de panfletos e catálogos semanalmente nas nossas casas, papéis que muitas vezes nunca pedimos que nos fossem enviados. Apenas ao recusar esse tipo de material, já estaríamos contribuindo para reduzir as emissões de gases do efeito estufa (GEEs) do nosso país. Nos Estados Unidos, uma sociedade que consegue ser ainda mais consumista que a brasileira, uma medida simples como essa, em conjunto com outras pequenas ações, poderia resultar em uma redução de 15% nas emissões.Esta foi a conclusão de um estudo do Conselho de Defesa dos Recursos Naturais (NRDC) em parceria com o Instituto Garrison. Segundo a análise, trabalhando em medidas comportamentais simples, como uma melhor postura no uso de eletricidade, transporte e alimentação seria possível cortar a emissão de um bilhão de toneladas métricas de GEEs até 2020 nos EUA.

“Enquanto a Casa Branca desenvolve estratégias de energia limpa para reduzir em larga escala a poluição industrial, este estudo dá embasamento para que cada cidadão tenha conhecimento de como ajudar. Todos têm a oportunidade de reduzir as emissões e ainda cortar custos do orçamento doméstico”, declarou Peter Lehner, diretor executivo do NRDC.

Mas os autores do estudo deixam claro que a idéia não é substituir ações governamentais por atos individuais e sim que um complemente o outro. “Essas medidas comportamentais que sugerimos não devem anular políticas energéticas ou de novas tecnologias. Na verdade uma coisa completa a outra e assim ficamos mais perto de uma solução para a crise climática”, explicou Jonathan Rose, co-fundador do Instituto Garrison.

Desperdício

O ponto fundamental da alteração comportamental que as pessoas devem ter em mente é evitar o desperdício. Por exemplo, se cada residência desligasse os aparelhos das tomadas quando não estão em uso, colocasse os computadores para hibernar e apagasse as lâmpadas quando ninguém está precisando delas, isso já reduziria as emissões em 70 milhões de toneladas métricas de carbono equivalente (MMtCO2e) até 2020.

O corte de 25% no desperdício de alimentos significaria outros 65 MMtCO2e não liberados para a atmosfera. Aumentar a reciclagem de papéis, plásticos e metais em 50% pouparia 105 MMtCO2e. Se negar a receber panfletos, catálogos e usar os dois lados de papéis para imprimir em casa já evitaria a liberação de mais 60 MMtCO2e.

“Essa economia comportamental pode nos ajudar a vencer os desafios das mudanças climáticas e apontar maneiras de agirmos não apenas em interesse próprio, mas também com compromisso comunitário. Acredito que podemos alcançar grandes mudanças comportamentais, e não apenas a nível de indivíduos, mas também em organizações, políticas e mercados”, afirmou Rebecca Henderson, diretora da Iniciativa de Negócios e Meio Ambiente da Harvard Business School.

De acordo com Rebecca, as pessoas quando tomam determinada decisão são fortemente influenciadas pela emoção e até mesmo pelo altruísmo. Além disso, o senso de comunidade deveria ser mais explorado para melhorar a postura da sociedade com relação ao desperdício. “Campanhas que levem em conta apenas os ganhos pessoais de cada um são muito limitadas. Os seres humanos são muito mais cooperativos e emotivos do que se pensa”, concluiu a economista.


Autoria:Fabiano Ávila, CarbonoBrasil/NRDC

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