sexta-feira, 9 de abril de 2010

ENCARANDO O DEBATE ÉTICO: MAIS UMA VEZ O MENSALÃO DO PSDB

Uma testemunha-chave do chamado mensalão mineiro revelou em depoimentos à Polícia Federal que, na primeira eleição do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) ao governo de Minas, em 1994, Marcos Valério, operador do mensalão, já participava de reuniões da campanha e teria contribuído financeiramente com ela.

O esquema de caixa dois até agora desvendado teria ocorrido no pleito de 1998, quando o tucano disputou a reeleição.

As declarações foram feitas por Vera Lúcia Mourão de Carvalho, em 2006, e integram o inquérito que gerou a abertura de ação penal contra o tucano no STF.

Prima do tesoureiro da campanha de Azeredo, Cláudio Mourão, ocupou funções de coordenação nas duas eleições. E descreveu bastidores dos comitês e também um suposto esquema irregular de arrecadação montado por Newton Cardoso (PMDB), ex-vice-governador de Minas, a partir de 1999.

Vera Lúcia contou que, em 1994, via Valério em reuniões semanais do comitê central, das quais participavam Azeredo, o ex-ministro Walfrido Mares Guia (ex-PTB, hoje PSB), então candidato a vice, Mourão e o ex-deputado estadual Amílcar Martins (PSDB), entre outros.

Nas palavras dela, a vitória do tucano no primeiro turno melhorou subitamente o caixa da disputa. Nas reuniões, soube que os recursos a mais vinham de Valério. Até então acanhado, Valério teria mudado sua postura, com "participação bem mais ativa".

Em 1994, Vera Lúcia pagava despesas e salários de correligionários, além de outros serviços. Contou ter trocado dólares no escritório de um doleiro no Centro de Belo Horizonte, a mando da chefia da campanha. Numa ocasião, saiu de lá com R$ 600 mil num envelope.


Fonte: O Globo

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