domingo, 8 de fevereiro de 2009

Série 2: Assuntos Impertinentes: O que é espírito?

Afinal o que é o espírito? É diferente da alma? É substância? Existe fronteira entre o psíquico e o espiritual? O que difere a alma do espírito? O espírito é um ente apenas metafísico? É um ente abstrato? Como este ente se relaciona com o Soma? E de todas as áreas estudadas esta nos parece a mais problemática.
Para indicar aspectos tratados apenas de forma velada no âmbito nas igrejas cristãs, gostaria de registrar as pesquisas do Padre e teólogo François Brune sobre a natureza do espírito. Brune conta com apoio Vaticano para prosseguir seus estudos. Um dos seus escritos famosos é livro: “Os Mortos nos Falam” Na introdução do livro Brune diz: “Escrevi este livro para tentar derrubar este espesso muro de silêncio, de incompreensão, de ostracismo, erigido pela maior parte dos meios intelectuais do ocidente. Para eles, dissertar sobre a eternidade é tolerável: dizer se pode vivê-la torna-se mais discutível: afirmar que se pode entrar em comunicação com ela é considerado insuportável”.
Estas fronteiras da espiritualidade é um campo que de forma corajosa e respeitosa Padre Brune investiga, sabendo que se tratar de “terreno minado”. Brune lembra àqueles que o questiona, que ele é um teólogo católico e é nesta perspectiva que pesquisa. Com a mesma fé que seguramente alimentam figuras como Teilhard de Chardin e Leonardo Boff, cada um em campos específicos de investigação.
Nossa recusa de examinar a cartografia dos “vivos de lá” (a morte não existe) faz com que tratemos a morte com um forte estranhamento, como cilada “à vida”. Um golpe com que nos acostumamos, mas custamos a aceitar. Todavia a melhor filosofia terá que se defrontar com episódios que sugerem outras possibilidades para a existência “na vida eterna”. A alma, como espírito, prossegue em evolução? Por que oramos para almas que purgam penas, purificando-se para o estado de “face a face com Deus”. Se a alma evolui existe uma experiência de tempo e espaço para ela? Se não evolui qual o sentido de nossas orações? E neste caso qual sua natureza; preserva uma individualidade que a distingue de outras almas? Não fugimos, nem escamoteamos estas perguntas. Preferimos o caminho de busca do padre François Brune. Não podemos falar da morte como um episódio alheio à vida.

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