quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Necessidades Especiais na Educação e os Socialmente Excluídos

Recentemente comentei um texto do senador Paulo Paim para ampliar (e contextualizar) o debate sobre as chamadas necessidades especiais dos seres humanos. É evidente, e isto sabemos, que o enfoque aqui está posto para déficits físicos (restrições dos sentidos e/ou dos recursos motores) e/ou psiquiátricos e neurológicos. E de uma forma muito direta o que nos diz as análises marxistas sobre a condição geral do trabalho, como uma categoria histórica e social: em uma economia capitalista o trabalho é mercadoria que possui valor de uso e valor de troca. A força de trabalho é medida pelo valor agregado que ela proporciona. Num cenário como este como falar de cidadania. Parece-nos evidente que esta questão compõe o leque das disputadas hegemônicas entre os agentes que dão o tom destas disputadas. O que significa que em última instância estamos falando de uma modalidade particular de exclusão social, tão perversa quanto qualquer tipo de exclusão (seja por etnia, gênero, orientação sexual, baixo nível de organização sindical e outros). Um olhar inclusivo nos obriga a um compromisso de cidadania, que nos faz lembrar como um cidadão que possui cegueira ou surdez ou Sindrome de Doawn rejeita a soluções “piedosas”. Para aqueles que elegeram o mercado como solucionadores das demandas sociais (como constitui um dos fundamentos do neoliberalismo) o tema é num mínimo estranho, porque neste sentido apenas resta as concessões de um tipo de moralidade que perpetua a exclusão. O extermínio explicito dos “endemoniados” na Inquisição não é mais perverso do que os mecanismo moderno de exclusão; dos grandes depósitos de idosos, crianças, e “loucos” de todas as estirpes. Esta é a visão de necessidades especiais que temos que construir no esteio da verdadeira cidadania

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