quinta-feira, 1 de setembro de 2011

CONFIRA AQUI PORQUE OS PROFESSORES RECUSARAM EM ASSEMBLÉIA A PROPOSTA DO GOVERNO ANASTASIA.

A correspondência abaixo foi enviada pelo colega Euler Conrado para a redação da Rádio Itatiaia. Neste carta o Euler mostra com detalhe porque os professores em assembléia não aprovaram a proposta do governo Anastasia e mantiveram a greve. 
Enviei para a redação da Rádio Itatiaia a seguinte mensagem, mesmo sabendo que talvez eles nem comentem nada:


"Caros jornalistas,

Vejam só que absurdo. O Governo de Minas, após 85 dias de greve dos educadores, propôs pagar R$ 712,20 para todos os professores, independentemente da formação escolar. A lei do piso manda pagar pelo menos R$ 1.187,00 para até 40 horas para o profissional com ensino médio.  
O valor proporcional para a jornada de 24h daria R$ 712,20, mas somente para o professor com formação em ensino médio (PEB IA). Tal valor, se aplicado ao Plano de Carreira em vigência para todos os servidores do estado de Minas (e não apenas para os educadores), teria que considerar a aplicação de um percentual de 22% para cada mudança de nível. Assim, o piso deveria ser de R$ 868,88 para o professor com licenciatura curta (PEB IIA); R$ 1.060,00 para o professor com licenciatura plena (PEB IIIA); R$ 1.293,24 para o professor com especialização (PEB IVA); R$ 1.577,76 para o professor com mestrado (PEB VA); e R$ 1.924,86 para o professor com doutorado (PEB VIA). E sobre estes valores incidiriam as gratificações, como quinquênios e biênios.

Mas, o governo de Minas rasgou o Plano de Carreira dos educadores e apresentou essa proposta indecente de R$ 712,00 para todos os professores, tenham eles ensino médio ou mestrado. Uma agressão à lei e ao bom senso. Ah, e o detalhe é que este ridículo piso seria pago em janeiro de 2012, quando o salário mínimo no Brasil será de R$ 620,00.

Com isso o governo quer obrigar os educadores a voltarem para o subsídio, que representa um claro confisco salarial de mais de um bilhão no bolso dos educadores.

Foi por isso que os trabalhadores aprovaram em assembleia, por unanimidade, a continuação da greve. Em respeito à lei federal não cumprida; em respeito à carreira dos educadores e ao próprio ensino público, que, tratado com este descaso, logo deixará de existir e os verdadeiros prejudicados de hoje e de amanhã serão as gerações de crianças, jovens e adultos das famílias pobres de Minas Gerais.

Uma vergonha para Minas, um dos estados mais ricos do país, e que demonstra total insensibilidade para com os problemas sociais, especialmente com a Educação pública, tida como única porta de saída da exclusão social a que milhões de pessoas estão submetidas.

Talvez porque os governos, ao invés de investirem na formação humana, estejam mais interessados em construir cadeias, estádios de futebol e circo sem pão.
Cordialmente,



Euler Conrado - professor da rede pública de Minas Gerais."

Fonte:http://blogdoeulerconrado.blogspot.com/

Subscreve: Frederico Drummond - professor de filosofia

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