sábado, 16 de outubro de 2010

Serra e Paulo Preto: quem comandou o orçamento milionário de São Paulo?

Seguindo o espírito dos correligionários, que se calaram, Serra argumentou que Dilma, ao trazer o episódio à tona, está se preocupando com uma questão interna das finanças do PSDB, enquanto o caso da Casa Civil envolvia dinheiro público.
Isto não é verdade. As arrecadações feitas por Paulo Preto e denunciadas pelo próprio PSDB só se realizaram em razão de obras públicas, financiadas com dinheiro do contribuinte. Além disso, o desvio, se comprovado, caracterizaria a prática criminosa de caixa 2 eleitoral. Por isso, o silêncio, nesses casos, é conveniente tanto para quem arrecadou quanto para as empresas que contribuíram.
Há, ainda, indícios de que ele praticava tráfico de influência, já que contratou o escritório Edgard Leite Advogados Associados, banca em que trabalha a sua filha, Priscila Arana. “Paulo Preto contratou a própria filha para defender o Dersa, ao mesmo tempo que advogava para as construtoras. É um aberração, já que era o engenheiro que liberava o dinheiro paras as empresas clientes da filha e do governo”, denuncia o deputado Mentor (PT). Parte das empresas que supostamente fizeram as doações para a campanha do PSDB é representada pelo
escritório onde a filha do engenheiro trabalha. “O escritório presta serviço, há mais de dez anos, a praticamente todas as empresas privadas que compõem os consórcios contratados para a execução do trecho sul do rodoanel”, afirma Edgard Leite Advogados em e-mail enviado à ISTOÉ. Mesmo assim, ele alega que são “inconsistentes e maldosas as tentativas de vincular o nome do escritório com qualquer ilicitude”. Os advogados confirmam ainda que a filha de Paulo Preto é funcionária da empresa desde 2006, ano em que o engenheiro assumiu o cargo de
direção do Dersa. Sobre a defesa da empresa pública, o escritório diz que “jamais foi contratado pelo Dersa”. Não é, entretanto, o que mostra o processo judicial TC-011868/2007-6 sobre uma disputa jurídica entre o DNIT e o Dersa. Na peça, o nome de Priscila Arana aparece como advogada constituída para defender a estatal.

Fonte: Revista Isto É

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