domingo, 25 de julho de 2010

Pesquisa de Opinião não é ciência exata, obrigando maior rigor metodológico. Porque o Datafolha abandou este preceito?

Trabalho com pesquisa de mercado e opinião desde 1974. Não é pouco tempo. Além de ter sido gerente de Pesquisa de Mercado e Opinião da Duratex (13 anos), trabalhei tambem em empresas como a Cia União/Coopersucar e Cambuci/Penalty. Fui diretor do Instituto Enquete durante 10 anos. Além de ter coordenado campo ou realizado pesquisas qualitativas para institutos como Ibope, Club de Pesquisa, Demanda. No departamento de pesquisa e estudos de mercado da Deca fizemos escola. Os profissionais eram egressos dos cursos de Ciências Sociais e Economia. Quando iniciou o processo de redemocratização no Brasil, todos nós pesquisadores de opinião tivemos que aprender como pesquisar este novo tipo novo de realidade. Erramos muito e aprendemos muito. Não tínhamos claro da existência do que preconceituosamente era chamado do "voto envergonhado". O entrevistado se expõe em uma entrevista. Nas primeiras entrevistas o eleitor entrevistado expresssa um voto que o não contraria com o julgamento da mídia. Tudo isto exigia um cuidado amostral muito mais depurado. Aprendemos que pesquisa de opinião não é ciência exata. Nestas considerações duas técnicas se destacavam: o local de concentração e a entrevista domiciliar. Naturalmente a entrevista domiciliar permite um maior controle estatístico e uma melhor técnica de verificação. O Datafolha sabe disto. Nosso código de ética é claro: uma técnica não pode por em risco um resultado investigado. Pena que o Datafolha tenha abdicado deste princípio.

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