terça-feira, 28 de junho de 2011

Educação reduz desigualdade social no Brasil nos últimos dez anos

São Paulo – Estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) apresentado nesta segunda-feira (27) mostra que o Brasil é o único dos países emergentes do chamado Brics a registrar redução da desigualdade social nos últimos dez anos. A educação é apontada como chave para a melhoria. Considerando-se a renda dos 10% mais pobres do Brasil, houve aumento de 68% no período, o maior crescimento no bloco, que inclui ainda a Rússia, Índia, China e África do Sul. Para os 20% mais pobres do país, apenas os chineses tiveram aumento de renda superior. Do ponto de vista dos mais ricos, a renda nos outros países cresceu mais do que no Brasil.

Segundo o economista Marcelo Neri, responsável pelo levantamento, desde 2003, 50 milhões de brasileiros foram incluídos no mercado consumidor. Isso equivale à população da Espanha. Levando em conta apenas o período de recuperação da crise econômica, após setembro de 2009, 13,3 milhões de brasileiros passaram a integrar as classes A, B e C.
Ainda de acordo com o economista, houve redução de 12% da base da pirâmide social, quer dizer, há menos gente compondo as classes mais pobres. "O que está por trás disso é o aumento da educação e do trabalho formal, a redução da natalidade e o ciclo eleitoral”, sustentou Neri, durante o 1º Fórum do Banco Interamericano (BID) para o Desenvolvimento da Base da Pirâmide na América Latina e Caribe, em São Paulo. A referência aos anos de eleição decorre de uma elevação da renda média da população, segundo o estudo.
Além da educação, programas como o Bolsa-família foram citados como parte da mudança na distribuição de renda no país.

Mais investimento

Ainda no fórum, o BID anunciou que pretende dobrar o volume de financiamento de investimento para empresas voltadas a melhorar as condições de vida de pessoas das classes C, D e E na América Latina e no Caribe. A preocupação, segundo o colombiano Luis Alberto Moreno, presidente do banco, é que 70% da população recebem atendimento insuficiente em áreas como saúde, educação e moradia.
Segundo Moreno, o financiamento é voltado a empresas privadas, voltadas ao lucro e não a medidas assistenciais ou de caráter filantrópico. As Oportunidades para a Maioria (OMJ, na sigla em inglês) envolvem repasses diretos. A expectativa é que sejam liberados US$ 100 milhões por ano, ritmo mais acelerado do que os US$ 160 milhões acumulados pelo mecanismo desde 2008.
Apenas 24 projetos receberam recursos da iniciativa até agora. No Brasil, de acordo com Luiz Ros, gerente da OMJ, o distribuidor atacadista Tenda recebeu um empréstimo de US$ 10 milhões do BID. A ação previa um programa de crédito a microempresários de baixa renda no setor de serviços alimentícios de São Paulo.

Com informações da Agência Brasil

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