sexta-feira, 24 de julho de 2009

O DISTANCIAMENTO DO HUMANO NA ESTÉTICA DE SANTO AGOSTINHO

"O artista deve reapresentar nas suas obras não as coisas como foram criadas, mas como deveriam ser criadas":frase de Rafael, na concepção estética medieval.
A experiência mística de Santo Agostinho é reveladora na concepção estética, descrita por Rafael e, característica do período medieval. Qual a vivência subjetiva do homem da idade média? Vejamos como postula Agostinho.
A purificação da alma para receber a revelação é feita de várias formas. Agostinho defende ardorosamente um ascetismo, chegando a condenar o casamento e a procriação, e a cantar a maravilha do celibato. O homem precisa se livrar das paixões, e por paixões entende-se tudo aquilo que move (ou comove) a alma. Somente uma alma estável é capaz de perceber a Idéia. Para esta elevação do espírito, é necessário também o auto-conhecimento.
Observe-se nos pequenos trechos acima que Agostinho constrói a visão dos humanos, marcada fortemente pela sua própria experiência de vida. Desta forma existe uma noção que os humanos para alcançarem a graça precisam desfazer-se de sua humanidade (Agostinho chega condenar o casamento e a procriação, e a cantar a maravilha do celibato. O homem precisa se livrar das paixões, e por paixões entende-se tudo aquilo que move -ou comove - a alma.)
Mesmo a compaixão, como a grande mensagem de Jesus, não possui em Agostinho a relevância descrita pela tradição cristã.
Ou seja, os humanos precisam despisse do que os faz humanos para terem acesso a luz e a harmonia (matemática). O padrão estético que nascerá neste quadro ou é o da angústia (os impulsos da subjetividade e sua anulação) ou de algum tipo de realismo posto, já que acabado na revelação. Imprimir na obra de arte “como as coisas deveriam ser criadas” constitui uma submissão à vontade divina, tal que esta se revela e é experimentada na exegese.

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