domingo, 25 de março de 2012

Oláaaaaaaaaaa! Alguém nos ouve?

Nossa cidade (Sete Lagoas - MG) mergulhou de tal forma em um debate paroquial sobre o poder local, que deixou escapar o doloroso quadro do aumento da violência no ambiente de nossas escolas. É crescente o uso de drogas entre nossos alunos. É crescente o vazio que toma conta destes jovens, que encontram apenas na violência a forma mais estimulante de se expressar.

É crescente o medo entre os professores, que cada vez praticam mais e mais uma profissão de alto risco. Assim como é crescente a surdez coletiva dos nossos cidadãos, que não percebem o nível de alienação em que estão mergulhados.

Parece ser uma luta inglória de nós professores, quando até mesmo o poder público, em todos os seus níveis se esquivam da prática de uma política educacional verdadeiramente republicana. Até agora fomos vencidos em nossos pleitos por salários com dignidade mínima. No momento estamos em uma luta desigual para salvar nossos alunos do domínio dos traficantes de droga, salvar nossos alunos de uma desmotivação e desintegração que adoece seus espíritos a partir de infância já estimulada para formas diversas de consumismo.

O contrate que se revela entre o site da Secretaria Estadual de Educação de MG e o cotidiano de nosso ambiente escolar é gritante. Não é a realidade escolar de Minas que é retrada alí. Apenas experiências pontuais, que mais escondem do que revelam a natureza do fracasso no nosso sistema de ensino.  Não existe qualquer exagero neste nosso clamor. O medo calou muitos de nossos educadores e não sem razão. Para cada atitude mais enérgica de nossas escolas, temos como resposta uma reação mais violenta de alguns jovens, que transformam a visão disciplinar em contendas, à moda dos violentos jogos virtuais.

A luta de todos nós alcançou a dimensão que  nos ensina Paulo Freire, educador que anda meio esquecido das atuais gerações, como prática de educação para a liberdade:


"Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda."


Frederico Drummond - professor de filosofia da EE Emílio de Vasconcelos Costa - Sete Lagoas MG

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