segunda-feira, 2 de maio de 2011

Obama anuncia a morte de Bin Laden na tevê e afirma que “a justiça foi feita”. Mas o que aconteceu? Morte em combate? Execução/ Assassinato de um terrorista?

Barack Obama anuncia a morte de Bin Laden na tevê e afirma que “a justiça foi feita”


Do Opera Mundi

Por volta de 0h35 (horário de Brasília), o presidente Barack Obama anunciou em rede TV, diretamente da Casa Branca, a morte do líder da Al Qaeda, Osama Bin Laden. Quase dez anos após os ataques de 11 de Setembro, a morte de Bin Laden foi resultado de uma ação realizada neste domingo (1/5) na cidade paquistanesa de Abottabad, com participação da CIA, tropas dos EUA e o apoio do serviço secreto paquistanês. De acordo com Obama, a operação começou em agosto do ano passado.
No Paquistão, a notícia foi recebida com surpresa. Segundo a Al Jazeera, ainda não há manifestações nas ruas. Bin Laden era considerado um herói por muitos paquistaneses, mas não a ponto de justificar protestos nas ruas por causa de sua morte. “Talvez aconteçam algumas manifestações em locais religiosos aqui e ali, mas nada de modo generalizado”, diz Kamal Hyder, correspondente da emissora árabe no Paquistão.
Antes de tornar oficial o resultado da ação, especulou-se que o discurso de Obama foi adiado para que as embaixadas dos EUA ao redor do mundo pudessem reforçar a segurança. Ainda assim, Obama fez questão de declarar que “a guerra dos EUA não é contra o Islã, mas contra o grupo terrorista Al Qaeda”. Segundo o presidente americano, “a Al Qaeda declarou guerra aos EUA em 11 de setembro de 2001”.
“Mesmo com o isolamento de Osama Bin Laden no Afeganistão e depois, no Paquistão, a Al Qaeda continuou ameaçando o Ocidente neste últimos 10 anos”, disse Obama.
Depois da morte de mais de 3 mil pessoas em Nova York e em Washington em 2001, os EUA iniciaram as chamadas guerras ao terror. Invadiram o Afeganistão em 7 de outubro de 2001 e o Iraque em 20 de março de 2003, ainda no governo de George W. Bush.
Obama lembrou as famílias dos militares americanos mortos durante as operações militares em busca do terrorista saudita: “Precisamos lembrar todo o sofrimento dessas famílias. Hoje a justiça foi feita”.
Sobre a operação, o presidente estadunidense afirmou: “Levamos muitos meses juntando informações sobre o paradeiro de Bin Laden”. E completou: “Não queríamos fazer mais uma ação que causasse a morte de civis e envolvesse mais um país na guerra. A colaboração do serviço secreto paquistanês foi fundamental para o sucesso da empreitada”, afirmou.
Durante o anúncio de Obama, havia aglomeração de populares em frente à Casa Branca, residência oficial do governo americano. Muitos populares festejavam a morte do terrorista cantando o hino e empunhando a bandeira dos EUA. Obama, já em campanha para a reeleição em 2012, aproveitou o momento: “Vamos voltar ao sentimento de união que prevaleceu após os ataques de 11/9”.
Fonte: Carta Capital

A provável execução do terrorista mais procurado do mundo, Osana Bin Laden, por um comando militar norte-americano, reacende o debate ético sobre as faces sujas destas guerras do poder. E qual é o fundo deste debate? Quem é o mocinho? Quem é o bandido? Se a diferença for posta pelo número de civís mortos vítimas de ações militares ou terroristas (qual a diferença entre o episódio das Cidades Gêmeas, do Japão -  Hiroshima e Nagasaki -  e das Torres Gêmeas dos Estados Unidos ) com certeza a balança pesa contra os Estados Unidos. O fundamentalismo religioso e o fundamentalismo econômico se alimentam. A construção da paz mundial passa por uma reflexão mundial a favor da justiça e da inclusão social. O Brasil provavelmente é um grande exemplo da construção desta nova ordem mundial em prol de uma paz duradoura.

Frederico Drummond, professor de filosofia e ética.

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