segunda-feira, 11 de abril de 2011

Uma réstia de sensatez e racionalidade

O texto abaixo foi publicado no Portal Luiz Nassif. Como professor de Filosofia e Ética, assino embaixo. Não poderia ser diferente. Mas aqui temos os nossos Blogs para manifestarnos também contra a onda de "justiceiros" que ocupam as redações dos canais de tv, revistas e jornais. Estes "justiceiros" incapazes de perceber as múltiplas dores de uma tragédia, querem sangue. Mais sangue. Mas como nos diz Carlos Drummond de Andrade: "As Leis não bastam./Os Lírios não nascem da lei". Posso acrescentar: Os Lírios nascem de nossa humanidade. Da humanidade que formos capaz de construir, mas ainda assim de nossa humanidade. Se ela é frágil, se ela nos horroriza por vezes, se ela mostra a nossa face mais monstruosa, ainda assim esta é a nossa humanidade. E defintivamente o que buscamos é a paz. A paz dos Lírios que nascem de nossa humanidade. Outras chuvas virão, carregando casas morro abaixo. Nossa tecnologia ainda não deu conta de alimentar todos os nossos pares humanos. O crack continuará envenenando ainda, talvez, os mais débeis. Os que tem a alma mais sofrida. Em um e outro canto Ditadores de todas as matizes farãos suas guerras, algumas abençadas pelas nossas maiores nações. Novas teses acadêmicas irão proferir a incompatibilidade ontologica do capitalismo com com o humanismo. E assim, como diria mais uma vez Drummond, sobreviveremos: "Uma flor nasceu no aslfato". "É feia e desbotada/Mas é uma flor".     

Fredeirco Drummond

Por Ivo Aguiar Borges


Em meio aos brados da turba ensandecida que reclama a imediata aplicação da Lei do Talião, enche-nos de esperança a demonstração de que ainda resta razão, no ocaso da civilização.

Há muito não via tamanha demonstração de civilidade. Parabéns aos protagonistas!

Vizinhos e ex-alunos da Escola Tasso da Silveira pintam o muro onde família de atirador mora


Depois de ter sido arrombada e ter o muro pichado com os dizeres “assassino e covarde” no fim de semana, a casa da família do atirador Wellington Oliveira teve o muro pintado de branco por vizinhos e ex-alunos da escola Tasso da Silveira na manhã desta segunda-feira (11). Os portões que haviam sido arrombados foram fechados com cartolina branca. Vizinhos também colocaram em frente à casa um cartaz pedindo paz.

“A culpa não é do estado, a culpa não é dos parentes, a culpa não é das crianças, a culpa não é dos funcionários da escola. A dor é de todos. Nosso bairro é pacífico”, diz o cartaz.


Uma patrulha da Polícia Militar está estacionada em frente à casa para evitar que novos atos de vandalismo ocorram.


Até o dia do massacre, na quinta-feira (7), a casa era ocupada pela família da irmã de Wellington, que desde então não foi mais vista.


Wellington Oliveira entrou na Escola Municipal Tasso da Silveira, na rua General Bernardino, em Realengo, zona oeste da cidade, e, com dois revólveres, entrou nas salas de aula e atirou na direção de crianças. Doze morreram e dez continuam internadas.

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